Uma homenagem a título póstumo a Filipe Morgado Viegas, antigo presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, marcou a cerimónia comemorativa dos 25 anos de elevação de Quarteira a cidade, que teve lugar esta segunda-feira.
Filipe Viegas era o autarca de Quarteira quando, em 1999, a antiga vila piscatória subiu ao estatuto de cidade.
“Um homem que se dedicou por inteiro a ajudar ao progresso da sua terra, quer no plano político, quer com um papel ativo na dinâmica recreativa e cultural local. Foi presidente desta Junta no mandato de 1998-2001, período em que foi criada na freguesia uma das mais importantes infraestruturas para esta comunidade piscatória, o Porto de Pesca de Quarteira”, afirma a Câmara de Loulé em comunicado.
“O Filipe foi essa personalidade incontornável. Era um homem genuíno e muito simples, mas, ao mesmo tempo, com uma grande generosidade e gosto em trabalhar para a comunidade, para a sua terra querida que era Quarteira”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo.
Este foi também um dia de celebração das pessoas, “os quarteirenses cá nascidos e criados, e todos aqueles que vieram e se apaixonaram por esta terra à beira-mar e que contribuíram para o nosso crescimento”, disse Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia.
Vários testemunhos da comunidade do quarto de século de vida de Quarteira
Durante esta manhã vários testemunhos da comunidade vieram falar sobre o que tem sido este quarto de século de vida da jovem cidade: Sofia Correia, funcionária da Junta há cerca de 30 anos; Álvaro Bota, pescador; José Brás, enfermeiro; Fernando Romão, atleta; Rosa Nogueira, vendedora imobiliária; e Isabel Pinto, presidente do Grupo Coral e do Banco do Tempo.
“Hoje comemoramos 25 anos como cidade e tudo isto só foi possível graças às pessoas, as pessoas fazem e são a nossa comunidade e devem ser sempre a nossa prioridade”, sublinhou Telmo Pinto. Este responsável destacou o trabalho em rede e de proximidade que tem permitido “melhores condições a toda a comunidade”.
Mais do que a obra física, a aposta foi “a obra humana”. Desde agosto de 2022 e até ao dia de hoje, face às competências da Junta, foram realizados mais de 53 mil atendimentos “que mudaram a vida das pessoas”.
E o que se pretende para o futuro? “Uma cidade que ligue gerações, que recorde o passado, viva o presente e tenha condições dignas para garantir o futuro. Uma cidade onde o processo de decisão esteja aliado à comunidade. Uma cidade ambiciosa e que continue a ser referência”, sublinhou o presidente da Junta de Freguesia.
Já o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, falou da História desta terra que remonta há mais de 6 mil anos, “muito antes do turismo, um fenómeno recente e que trouxe mudanças mais rápidas”.
“Quarteira tem evoluído bem porque, após um período de transformação muito rápida, condicionada por uma turbulência histórica do país, afirmou-se. Mas se Quarteira está bem é porque ainda fomos a tempo de corrigir o que estava mal”, lembrou o edil.
Apesar de considerar que “esta é uma terra muito cobiçada”, referiu que tem sido necessário tomar “decisões corajosas” para evitar que, por exemplo, o espaço onde se realiza o mercado das frutas ou um outro, onde se encontra o Parque de Campismo, se transformassem em espaços densamente urbanizados.
“Se o desenvolvimento não for sustentável, feito com equilíbrio, e se não houver coragem política de dizer não a muitas coisas, mais à frente irá resultar em prejuízo para todos”, notou.
Recordou ainda algumas pessoas importantes para esta terra, como Filipe Viegas, Bota Espadinha, Álvaro Bota, Joaquim Vairinhos, Hélder Rita, Mendes Bota, a Família Pontes, entre outros, pessoas que são “a memória viva de Quarteira”.
Quanto aos desafios que se colocam, o autarca falou dos três principais investimentos: o antigo Casino, cuja obra já foi adjudicada, e que vai ser recuperado e “devolvido” à população, de acordo com “o que os quarteirenses pediram”; o Mercado Municipal, que será “uma obra tremenda, em termos de dimensão e de valências”, neste momento em fase de candidaturas; e o Centro de Educação e Cultura de Quarteira, onde se irá integrar “a primeira Escola de Dança de ensino público a Sul de Lisboa”, junto à Avenida Papa Francisco, que tem já o projeto concluído.
“Mais escolas e mais habitação” em Quarteira constituem também prioridades para o executivo municipal.
O autarca anunciou que será adquirido um terreno em frente ao Cemitério onde serão construídos 56 novos fogos.
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