Um casal foi detido esta semana por suspeitas de ter cometido um furto milionário: os dois terão roubado 45 garrafas de vinho do hotel Atrio, em Espanha, a 27 de outubro de 2021. Nove meses depois foram capturados, mas o vinho não foi recuperado.
Entre o leque de vinhos roubados está um Chateau d’Yquem de 1806 no valor de mais de 300 mil euros. Para além desta garrafa foram levadas mais 44 que, juntas, perfazem um total de 1,65 milhões de euros. Foi este o valor que aliciou Priscila Lara Guevara e Constantín Gabriel Dumitru. A mulher de nacionalidade mexicana e o homem, nascido na Roménia e com nacionalidade neerlandesa, terão feito “check-in” no hotel Atrio, em Espanha com identidades falsas de nacionalidade suíça.
Não era a primeira vez que o casal estava ali hospedado, os dois suspeitos já tinham visitado o Atrio três vezes antes do assalto, segundo declarações da polícia, e tinham, como muitos clientes, recebido uma visita guiada à adega.
Ora o golpe já deveria estar a ser planeado há algum tempo, mas foi no dia 27 de outubro que “puseram mão à obra”. Tudo começou quando Priscila encomendou comida através do serviço de quartos, com o propósito de distrair os empregados do hotel. O pedido terá sido feito depois da cozinha já estar encerrada. Enquanto isso, o seu parceiro de vida e também do crime, terá conseguido aceder à adega, através de uma chave que já havia roubado previamente.
Já no interior do local onde estavam guardados os vinhos, Constantín encheu três mochilas com garrafas. Para não as danificar envolveu-as em toalhas de banho, segundo adiantou a polícia local. Entre as mais de quatro dezenas de garrafas furtadas estava um vinho Chateau d’Yquem de 1806, com um valor superior a 300 mil euros e seis outros vinhos do século XIX, segundo adianta o EL País.
“Aquela garrafa era parte da minha história pessoal, quase parte de mim, da história do Atrio, mas também de Cáceres, dos seus cidadãos, de todos os amantes do mundo do vinho”, afirmou o chef de cozinha do Atrio, Toño Pérez após o furto, num comunicado divulgado à imprensa.
Poucas horas após o roubo, por volta das 5:30 da manhã, o casal terá abandonado o hotel sem deixar qualquer vestígio. Como os assaltantes utilizaram uma identidade falsa para se registarem no hotel, a polícia não desconfiou da dupla, e durante algum tempo acreditou que o golpe teria sido levado a cabo por um grupo organizado.
Só após alguns alguns meses, a polícia judiciária de Cáceres conseguiu identificar os autores do crime. Nessa altura chegaram à conclusão que Constantín já tinha sido detido por crimes semelhantes. O homem já havia respondido por um roubo de vinhos em Madrid e em Genebra, na Suíça.
Como a dupla criminosa tinha fugido de Espanha passados alguns dias após o furto, a polícia espanhola já tinha emitido um alerta internacional. Durante estes nove meses o casal foi perseguido por toda a Europa e esta semana foram finalmente intercetados no Montenegro, quando tentavam atravessar o país. Chegava ao fim uma história digna de uma obra cinematográfica.
Para já, ambos aguardam julgamento e ainda não foram extraditados. O autores do crime foram apanhados, mas as 45 garrafas de vinho ainda não foram recuperadas.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL