Até 15 de julho de 2022, já arderam em Portugal mais de 30 mil hectares, um valor que ultrapassa o registado no ano anterior. De acordo com a análise do jornal “Público” aos dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a área ardida este ano é a maior registada desde 2017 (ano do incêndio em Pedrógão Grande).
O ano passado registaram-se, no entanto, valores muito baixos para a média da década. Em 2021, o total da área ardida no ano todo rondou os 28 mil hectares. O especialista em fogos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Paulo Fernandes, explica que o clima de Portugal “comparado com outros países mediterrânicos, é mais húmido [no inverno] e onde cai mais chuva é nas regiões mais favoráveis ao fogo, onde o espaço florestal é mais prevalecente”.
Apesar de estar previsto que as temperaturas comecem a baixar, as condições para a propagação de fogo continuam com um risco elevadíssimo. “Não nos podemos esquecer que muitas ignições são involuntárias e no dia a dia normal nem têm consequências, mas com o tempo tão quente e seco que temos, qualquer pequena fagulha pode tornar-se num fogo que não se pode controlar”, explica a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Paula Leitão. “Na situação atual, a única coisa que podemos fazer para tentar não agravar isto ainda mais é ter o máximo cuidado com o início dos fogos, evitar novas ignições.”
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL