Escolher entre um seguro de saúde e um plano de saúde pode ser confuso, mas a decisão deve ter em conta as necessidades e o orçamento de cada pessoa. Cada um oferece vantagens e desvantagens, por isso é importante compreender bem as características de ambos antes de optar. Cada vez mais pessoas procuram um seguro de saúde para ter acesso a cuidados no setor privado a preços mais acessíveis, sendo especialmente popular entre famílias com crianças ou entre quem pretende evitar as longas filas de espera do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Embora sejam alternativas ao sistema público, há diferenças significativas entre seguros e planos de saúde. Na internet, é comum encontrar ambas as opções misturadas, mas é fundamental entender como funcionam.
Tanto o seguro como o plano de saúde facilitam o acesso a cuidados privados, mas com abordagens distintas. Como nos informa o Ekonomista, um seguro de saúde permite ao cliente aceder a serviços como consultas, exames, cirurgias e internamentos em unidades privadas a um custo reduzido. Ao contratar um seguro, é estabelecido um contrato com a seguradora que, mediante um pagamento mensal ou anual, cobre parte dos custos de saúde.
Existem duas formas de pagamento: reembolso e rede convencionada. No reembolso, o cliente paga os cuidados médicos e, depois, recebe uma comparticipação da seguradora, de acordo com o contrato. Neste caso, deve prestar atenção a pontos como:
- Percentagem de comparticipação,
- Capital disponível para cada tipo de cobertura,
- Valor de uma possível franquia inicial,
- Prazo para apresentar as despesas e,
- Tempo para a seguradora realizar o reembolso.
Na rede convencionada ou de copagamento, o cliente recorre a uma clínica, hospital ou laboratório com acordo com a seguradora e paga apenas a parte que o seguro não cobre.
Ambos os sistemas têm vantagens e desvantagens: no reembolso, o cliente tem maior liberdade de escolha, mas precisa de adiantar o custo inicial; já na rede convencionada, os custos são menores de imediato, mas há menos liberdade na escolha de prestadores. Para quem vive em grandes cidades, esta limitação é, normalmente, menos relevante, devido à maior oferta de serviços.
Existem seguros que combinam ambas as opções, permitindo o uso da rede convencionada e o reembolso para serviços fora desta rede (com comparticipação parcial).
Um plano de saúde, ao contrário do seguro, não está sujeito à regulamentação da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e funciona mais como um cartão de descontos. Ao aderir, o cliente paga uma mensalidade ou um valor regular e beneficia de preços reduzidos em certos serviços de saúde.
Os descontos variam, mas os serviços só estão disponíveis nos prestadores do plano e, se recorrer a outros, não haverá reembolso. Por ser mais simples que o seguro, não exige cumprimento das regras da atividade seguradora. As duas opções têm vantagens e desvantagens, e o que funciona para uns pode não ser o mais adequado para outros.
Como todos os seguros, o seguro de saúde tem coberturas e exclusões. De acordo com a ASF, muitas vezes exclui-se a cobertura de doenças profissionais e acidentes de trabalho, uma vez que estes são abrangidos pelo seguro obrigatório de acidentes de trabalho. Também não costumam estar cobertas as perturbações nervosas, doenças psiquiátricas e situações relacionadas com abuso de álcool ou drogas.
Outras exclusões comuns incluem check-ups de rotina, acidentes ou doenças em competições desportivas, tratamentos para emagrecimento, fertilização ou fecundação artificial, transplantes, cirurgias estéticas (exceto por acidente ou doença coberta) e estadias em lares, casas de repouso ou centros de desintoxicação.
Para além disso, algumas doenças preexistentes podem ou não estar cobertas, dependendo do contrato. Outra questão é o período de carência, que impede o uso imediato do seguro, sendo necessário aguardar algum tempo para ativar certas coberturas.
Por outro lado, as principais vantagens de um seguro de saúde são a diversidade de prestadores e a possibilidade de complementar o SNS. Contudo, o seu custo tende a aumentar com a idade e, a partir dos 60 ou 65 anos, pode ser difícil contratar um seguro de saúde.
Entre as vantagens do plano de saúde estão o custo mais baixo e a ausência de limite de idade, tornando-o uma opção interessante para quem já não consegue aceder a um seguro ou tem um orçamento limitado. Além disso, os planos de saúde não têm períodos de carência nem exclusões para doenças preexistentes.
As desvantagens incluem uma oferta mais restrita de prestadores e a ausência de reembolso para cuidados fora da rede do plano.
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