A Associação Natureza Portugal (ANP|WWF) vai iniciar, no dia 27 de março, às 11:30, a sua primeira remoção de uma barreira fluvial obsoleta – o açude de Galaxes, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim.
O derrube desta barreira fluvial está a ser realizado em parceria com a Câmara de Alcoutim e com o apoio do programa europeu Open Rivers Programme, uma organização que atribui fundos dedicados ao restauro de rios.
“Esta remoção, que irá libertar cerca de oito quilómetros do curso da ribeira de Odeleite, na bacia do rio Guadiana, será feita ao longo de dez dias com recurso a uma máquina giratória (escavadora) com martelo hidráulico”, explica a ANP|WWF.
Após a demolição do açude, serão levadas a cabo todas as operações de remoção, limpeza e transporte dos resíduos para um aterro licenciado.
Depois de terminadas estas operações, terá início o processo de restauro fluvial, nomeadamente a renaturalização das margens do rio através da plantação de flora autóctone.
Uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa realizou uma amostragem de peixes, invertebrados aquáticos e diatomáceas.
Este trabalho será realizado também depois da remoção da barreira, de forma a avaliar os potenciais efeitos da mesma sobre a biodiversidade fluvial.
A ANP|WWF refere em comunicado que “identificou este açude para ser removido com o objetivo de melhorar as condições de habitat de diversas espécies de peixes ameaçadas de extinção, com destaque para o saramugo – a espécie de peixe não migratório mais ameaçada nas águas doces portuguesas, endémica à bacia do rio Guadiana – e para a enguia, que fazia parte da biodiversidade da ribeira e ainda é usada na gastronomia local. Esta remoção será, assim, essencial para restaurar a conectividade fluvial de 7,7 km de rio e para impulsionar a conservação das populações de peixes e de várias espécies de aves ribeirinhas e mamíferos”.