Foi esta manhã lançada a primeira pedra da obra de construção da Estação de Águas Residuais (ETAR) de Faro / Olhão, numa cerimónia a que presidiu o secretário de Estado do Ambiente Carlos Martins e que contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da Águas do Algarve, dona da obra, e do presidente do Conselho de Administração do grupo Águas de Portugal.
Presentes estiveram também autarcas dos três concelhos que serão servidos pela infra-estrutura, os presidentes das Câmaras de Olhão e São Brás de Alportel e, em representação do presidente da Câmara de Faro, a vereadora Teresa Correia.
Investimento de 21 milhões de euros promete alterar o paradigma do tratamento de esgotos
Ao todo o investimento da Águas do Algarve na ETAR de Faro / Olhão vai somar 21 milhões de euros, que incluem a construção da ETAR propriamente dita, cujo auto de consignação da obra ao empreiteiro foi assinado hoje, e a construção do sistema elevatório que transportará os esgotos de Olhão até Faro, cujo concurso público se espera seja lançado até ao final deste ano.
Desenhada para dar resposta a um caudal mais de 28 mil metros cúbicos de esgotos por dia (previsto para o horizonte de 2045) a ETAR pode servir um universo populacional para o mesmo horizonte temporal de 113.200 habitantes.
O investimento é financiado em 85% pelo Fundo de Coesão e fará nascer em Faro uma das infra-estruturas de maior dimensão de todo o sistema multimunicipal de saneamento regional a cargo da empresa Águas do Algarve.
Nova ETAR põe termo a tratamento de esgotos básico e ultrapassado realizado em Faro e Olhão
A nova ETAR vai alterar por completo o paradigma do tratamento de esgotos das cidades de Faro e Olhão e da vila de São Brás de Alportel. A infra-estrutura dará resposta a um investimento reclamado pelas populações e autarquias locais desde há muitos anos e põe termo ao tratamento por sistema lagunar existente ainda hoje.
As ETARs de Faro nascente e Olhão poente ainda em funcionamento tratam os esgotos das duas cidades de forma quase ‘natural’, sem a intervenção humana, dado que as águas residuais urbanas são transferidas de lagoa em lagoa até serem libertadas na Ria Formosa, cabendo à acção do Sol, da gravidade e de microorganismos existentes naturalmente nas lagoas o trabalho de tratamento dos esgotos.
Um sistema ultrapassado face às exigências actuais em termos ambientais e que contém riscos em momentos de grande fluxo de esgotos, situações em que as lagoas não dispõem de tempo suficiente para completar o processo de tratamento na perfeição.
Por outro lado os sistemas lagunares comportam graves deficiências no que toca à capacidade de evitar os maus-cheiros associados ao processo de tratamento dado que – mesmo com os esforços de tratamentos adicionais de desodorização das águas levados a cabo pela Águas do Algarve – não é possível eliminar os odores que afectam as populações, em particular nas zonas adjacentes às actuais ETARs.
A nova ETAR será construída em parte da área lagunar actualmente afecta à ETAR de Faro nascente, na zona das Salinas do Fialho, nos Salgados, a cerca de dois quilómetros de Faro em direcção a Olhão, e os esgotos da cidade de Olhão serão transportados até à ETAR a construir através de um sistema constituído por uma estação elevatória – de bombagem – e um adutor cuja extensão rondará os 7,5 quilómetros.