A região algarvia vai ser reforçada este ano no que toca aos meios aéreos de combate a incêndios, com a inclusão de uma parelha de aviões médios (Fireboss), que iniciaram a operação a partir do Aeródromo Municipal de Portimão, no passado dia 1 de junho, onde foi instalado um Centro de Meios Aéreos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Contribuiu decisivamente para essa medida a disponibilidade e o apoio logístico do Município de Portimão, que assegura todas as condições para que estas aeronaves especiais operem pela primeira vez no Algarve, contribuindo para o incremento da capacidade de resposta do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), em particular nos incêndios que não são debelados na fase inicial.
A nova operacionalidade está em plena harmonia com as demais atividades que decorrem nesta infraestrutura aeronáutica de referência, com as quais se encontra devidamente articulada, respeitando as prioridades de cada movimento, sem comprometer o respetivo desenvolvimento, com destaque para a carreira aérea regular que atravessa diariamente o país, ligando os extremos remotos de norte a sul do continente, bem como a atividade de paraquedismo que já assumiu uma importância turística para o barlavento algarvio, com reflexos muito positivos para o tecido económico local.
Neste momento estão em curso obras de melhoramento e adequação das condições de segurança, o que permitirá num futuro próximo acolher maior número de aeronaves de emergência e proteção civil, mantendo a capacidade do Aeródromo Municipal de Portimão para as dinâmicas dos cerca de 1.200 movimentos mensais que se têm registado.
As obras vão aumentar o espaço de parqueamento disponível no aeródromo, cumprindo escrupulosamente as exigentes regras da Autoridade Nacional de Aviação Civil, que licenciou recentemente esta infraestrutura, pela primeira vez, para um período de cinco anos, sendo que na atualidade, e excetuando os aeroportos, esta é a infraestrutura mais relevante a sul de Portugal, sobretudo devido à sua colocação estratégica.
Os Fireboss são aeronaves anfíbias monomotor de turbina com dois flutuadores, têm capacidade para transportar 3000 litros de água e espumífero, e trabalham em parelha, reabastecendo em lençóis de água com 731 metros (scooping).
Além disso, deslocam-se em pistas com um mínimo de 300 metros descarregado e 810 metros carregado, podendo realizar descargas parciais de água, espumífero ou retardante na linha de fogo dos incêndios, e atingir uma velocidade em operação de 270 Km/h, com um tempo de descolagem até 10 minutos.
No aeródromo, é ainda garantida a capacidade de reabastecimento de combustível, que no caso da parelha são 2.500 litros por missão de cerca de três horas.
Estão, de igual modo, criadas as condições para albergar as tripulações das aeronaves e todos os espaços essências à sustentação da operação, além da área de operações e comunicação que garante o controlo de cada operação.