Joana Canas Varanda, advogada, de 39 anos, com escritório na Comarca de Aveiro, morreu na segunda-feira, 29 de março, devido a uma doença oncológica. Deixou um filho de apenas seis meses. Nunca deixou de trabalhar, uma vez que não tinha direito a qualquer apoio por parte do Estado, ou da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), mesmo tendo feito descontos, uma vez que esta última entidade apenas garante a reforma dos profissionais.
Joana por vezes desabafava sobre o seu problema num grupo de advogados no Facebook, após a descoberto de um “cancro em último estádio”, e falava sobre a inexistência de apoios face ao seu problema de saúde. Falava também, nesses mesmos grupos de Facebook sobre a indiferença que sentiu por parte de alguns juízes quando os abordava para adiar diligências, devido ao seu frágil estado de saúde, que lhe respondiam que um colega a poderia substituir.
Fernanda Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, abordou esta questão nas redes sociais como uma “realidade medieval” vivida pelos profissionais desta área “sem qualquer apoio institucional e do estado e sem que a justiça pudesse ‘parar’ para a conseguir ajudar. Isto sucede com TODOS/as os/as advogados/as, solicitadores/as e AE que têm de enfrentar esta situação”, lamentou.