O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, foi recebido, esta manhã de sexta-feira, pelo Papa Francisco, em audiência privada, no Vaticano.
De acordo com o Patriarcado de Lisboa, o encontro, pedido por Manuel Clemente, realizou-se “num clima de comunhão fraterna e num diálogo transparente sobre os acontecimentos das últimas semanas que marcaram a vida da Igreja em Portugal”.
Na última semana, Manuel Clemente esteve envolvido em polémica. O “Observador” revelou que Manuel Clemente estava a par de um caso de abuso sexual de um sacerdote sobre um menor e que nada fez para alertar o Ministério Público ou a Polícia Judiciária. O abuso começou por ser denunciado em 1999 ao anterior patriarca, José Policarpo.
Vinte anos depois, Manuel Clemente teve um novo encontro com a vítima. “A sua preocupação era não haver uma repetição do caso, sem desejar de forma expressa a sua divulgação”, referiu o bispo numa carta aberta em reação à notícia do “Observador”.
O cardeal entendeu não ter estado “perante uma renovada denúncia” da feita em 1999. “Se assim tivesse sido, a mesma teria sido remetida à Comissão Diocesana, criada por essa altura, e teriam sido cumpridos todos os procedimentos recomendados à data.” Em relação ao sacerdote suspeito, Manuel Clemente garante que nunca houve denúncias sobre o seu comportamento moral.
Manuel Clemente disse aceitar que “este caso e outros do conhecimento público e que foram tratados no passado, não correspondem aos padrões e recomendações que hoje” todos querem “ver implementados”.
Segundo Manuel Clemente, o seu antecessor “acolheu e tratou o caso em questão tendo em conta as recomendações canónicas e civis da época e o diálogo com a família da vítima. O sacerdote foi afastado da paróquia onde estava e nomeado para servir numa capelania hospitalar”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL