O Comando Territorial de Faro da GNR, através dos Postos Territoriais de Armação de Pêra e de Lagoa, deteve esta sexta-feira 2 homens de 20 e 21 anos, e constituiu 5 arguidos, com idades compreendidas entre os 21 e os 48 anos, por furto de alfarroba, em duas situações distintas, no concelho de Silves.
Na primeira situação, “os militares detiveram em flagrante dois homens de 20 e 21 anos, enquanto furtavam 60 quilos de alfarroba. Na sequência da ação, foi apreendido o veículo utilizado para perpetrar o furto e a alfarroba, que foi restituída ao seu legítimo proprietário”, explica a GNR em comunicado.
No segundo caso, “os militares do Posto Territorial de Lagoa intercetaram um veículo suspeito e, no decorrer da abordagem, foram detetados 90 quilos de alfarroba, sendo que os cinco ocupantes da viatura não conseguiram justificar a sua origem” e por haver indícios de que se tratava de “um produto furtado, procedeu-se à sua apreensão”.
No decorrer das diligências policiais, o condutor da viatura foi ainda detido por condução sem habilitação legal.
Esta ação contou com o reforço do Destacamento de Intervenção (DI) de Faro.
Apreendidas 11 toneladas de alfarroba furtada. Produtores dizem ter medo e culpam empresas compradoras
Há duas semanas, a GNR identificou 8 suspeitos por furto de produtos agrícolas e apreendeu 11 toneladas de alfarroba, avaliadas em 18.525 euros, em Almancil, no concelho de Loulé.
Todos os anos, na região do Algarve, tem-se registado com frequência furtos e roubos que têm como alvo as produções agrícolas.
Apesar do sucesso da apreensão, três produtores de alfarroba dizem que o sentimento é de total impunidade tanto para quem furta, como para quem compra, referindo-se à generalidade das empresas trituradoras de alfarroba com sede no Algarve. Todos os três agricultores quiseram falar com o POSTAL, mas pediram para não ser identificados. Têm medo das represálias, dizem. Medo “de quem furta e dos vários operadores que compram a alfarroba furtada, a preços irrisórios”.
Da atuação das autoridades, dizem reconhecer “algum esforço”, mas lamentam não se sentir seguros e chegam a teimar pela própria vida. Dizem que muitos são agricultores idosos e pobres que “estão completamente desprotegidos desses ‘gatunos’ que se sentem impunes”.
Relembram o recente homicídeo do octogenário de Faro encontrado morto em sua casa. O homem vivia sozinho e já tinha sofrido vários assaltos e roubos de alfaias agrícolas e de alfarrobas. O caso ocorreu no passado dia 4 de julho e continua a assustar, além da vizinhança, os produtores de alfarroba.
Dizem lamentar igualmente o desinteresse demonstrado pelo poder político, quer local, quer central. Dizem que “bastava o Ministério das Finanças fiscalizar as empresas da especialidade que compram as alfarrobas furtadas. Verificarem a razão pela qual cada hectar de alfarroba nas mãos dessa ‘gente’ produz tanto”.