
Depois do Presidente da República, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo defendeu esta sexta-feira a importância de imunizar a maior percentagem possível da população portuguesa contra a covid-19, incluindo os jovens entre os 12 e 15 anos. E deixou um alerta: “o tempo está esgotar-se”, colocando pressão sobre a Direção-Geral da Saúde (DGS).
“Claro que esse tempo se está a esgotar e o que pode ser crítico é que esse cuidado, que é importante para todos nós, pode ser entendido de forma negativa como não recomendação, e não é uma não recomendação, é só um cuidado para se ter a certeza de qual é o melhor caminho a seguir”, afirmou o coordenador da task-force, em declarações à RTP3, à margem da visita ao centro de vacinação de Évora.
Segundo o vice-almirante, não cabe à task-force “retirar” o tempo necessário para o organismo liderado por Graças Freitas tomar uma decisão definitiva, “sólida” e “consistente” sobre a vacinação daquela faixa etária, mas será importante que não demore muito mais tempo. “O processo está planeado para um futuro próximo em termos logísticos, o que nós estamos a dar é tempo para que os profissionais de saúde cheguem a esse consenso”, reforçou.
Questionado sobre a vacinação de jovens entre os 16 e 17 anos, Gouveia Melo reconheceu que agosto é um mês complicado porque a maioria das famílias se encontram de férias, mas sublinhou que “o vírus não dá férias” e que o “combate à pandemia” tem que continuar.
“Vacinar fora da área de residência não, porque isso tornaria o processo quase impossível de realizar, porque a maior parte das pessoas quereriam ser vacinadas nos locais de férias. Não estamos preparados para isso. Lamento que nós tenhamos que fazer isto neste momento de férias, é inconveniente para toda a população. Mas o vírus continua muito ativo e nós temos que continuar o combate”, acrescentou.
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser desejável que a vacinação alcance o maior limite possível da população portuguesa, e manifestou-se esperançoso de que vacinação dos 16 e 17 anos “seja rápida” e que seja possível vacinar também no futuro jovens entre os 12 e 15 anos. “Tem que se deixar correr o tempo e ter paciência para aquilo que é bom neste momento na Madeira venha ser considerado também nos Açores e no continente”, declarou o chefe de Estado em Belém.
Neste momento, apenas os jovens a partir dos 16 anos são vacinados contra a covid-19, com exceção de jovens menores com cormobilidades, como a diabetes, cancro ou obesidade. Já na Região Autónoma da Madeira, crianças a partir dos 12 anos estão a ser vacinadas após luz verde da Autoridade Regional de Saúde.
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