Cientistas revelaram um mecanismo crítico que associa o stress das células no cérebro à progressão da doença de Alzheimer, segundo um estudo publicado esta segunda-feira na revista da especialidade Neuron.
O estudo salienta o papel dos microgliócitos – células imunitárias do sistema nervoso central – na resposta à doença.
Investigadores nos Estados Unidos identificaram uma nova característica neurodegenerativa destas células na doença de Alzheimer, determinada por uma via de sinalização relacionada com o ‘stress’.
A equipa descobriu que a ativação desta via de stress, conhecida como ‘resposta integrada ao stress’, estimula os microgliócitos a produzirem e a libertarem lípidos tóxicos, que danificam os neurónios (células do sistema nervoso central) e as células que dão origem aos oligodendrócitos, ambos essenciais para o funcionamento do cérebro e muito afetados pela doença de Alzheimer.
O bloqueio desta resposta ao stresS reverteu os sintomas da doença em ratinhos, salienta em comunicado o Centro de Investigação Científica Avançada da Universidade da Cidade de Nova Iorque, que liderou o estudo, realçando as potencialidades do desenvolvimento de medicamentos direcionados para populações de microgliócitos específicas ou para os seus mecanismos induzidos pelo ‘stress’.
Muitas vezes apelidados de socorristas do cérebro, os microgliócitos desempenham um duplo papel, contraditório: alguns protegem a saúde do cérebro, outros agravam a sua degeneração.
Ao usarem técnicas de microscopia eletrónica, os cientistas identificaram a acumulação de um subtipo de microgliócitos, associado ao stress celular e à neurodegeneração, em tecidos cerebrais de pessoas que morreram com Alzheimer.
A libertação de lípidos tóxicos por estas células contribui para a perda de sinapses (região de contacto entre neurónios), uma marca da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.
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