No Portal do Serviço Nacional de Saúde, o leitor encontra uma Biblioteca Digital com o maior interesse. Veja-se, a título exemplificativo, o excelente documento que nos dá pistas preciosas quanto a um saber comer que melhora o saber viver. O nosso regime alimentar é marcado pela chamada dieta mediterrânica, uma combinação talentosa entre as coisas da terra e o aproveitamento de recursos. Cita-se o pão, a água, os ovos e os coentros, uma belíssima açorda aromática, uma culinária inteligente nascida na horta e no campo. Este regime alimentar envolve caldeiradas, azeite, sopas e jardineiras e estufados, uma enorme variedade de legumes, tudo conjugado temos uma mesa cheia de sabores com pão e azeitonas, pouca gordura animal, pouca carne vermelha, mais estufados e menos estrugidos, e com esta base vegetal e com uso das gorduras mais saudáveis, reduz-se o risco da doença coronária ou da diabetes tipo II. É o que se pode ler neste livro gratuito: “Os pratos que protegem os nutrientes devem ser a base da nossa alimentação – como as jardineiras, os estugados, as caldeiradas, as sopas, as cataplanas e os arrozes. Estes pratos combinam produtos hortícolas e leguminosas, um pouco de carne, peixe ou ovos e condimentos como a cebola, o alho e as ervas aromáticas. A sopa é um método de confecção simples, que preserva muitos nutrientes, hidrata e tem baixo risco de contaminação, devido à fervura. Aquece no inferno e ajuda a arrefecer no Verão”.
Estas coisas da culinária com mais vegetais e menos alimentos de origem animal são uma sábia combinação para termos um balanço energético diário equilibrado em hidratos de carbono, lípidos e proteínas, sobretudo de origem vegetal (leguminosas e cereais). É um regime dietético que respeita a sazonalidade (alimentos da época), importante porque a produção de alimentos fora da época requer muito mais energia e fertilizantes químicos. Os alimentos da região promovem o emprego local e evitam o gasto de energia com o seu transporte. O azeite ajuda a proteger a saúde cardiovascular e do cérebro. O leite é um alimento de elevado valor nutricional, convém, na maioria dos casos, ingeri-lo com pouca gordura. O consumo de sal deve ser moderadíssimo, há sempre a alternativa das ervas aromáticas.
Teremos mais saúde privilegiando o pescado, a começar pelo pescado de proximidade (sardinha, carapau, cavala e atum). Os peixes mais gordos são importantes na prevenção da doença cardiovascular. Precisamos de beber pelo menos 1,5 L de água por dia e ainda mais quando se pratica atividade física e quando faz muito calor.
Come-se melhor quando elaboramos as nossas refeições para conviver com a família ou quem mais estimamos. Este regime alimentar é uma forma de vida, respeita o que a natureza dá e o que cada um tem para dizer ao outro, é uma comida que reforça os laços entre pessoas e das pessoas com a terra. Este livrinho oferece recursos úteis, pista de trabalho e para professores sugere exercícios estimulantes na sala de aula. Enfim, saber comer, beber, andar e conversar em boa companhia. Para saber mais, https://biblioteca.min-saude.pt/livro/alimentacao#