O número de casos confirmados de Monkeypox subiu para 96 em Portugal, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS), adiantando que os doentes se mantêm em acompanhamento clínico e estão estáveis.
A DGS refere, em comunicado, que foram confirmados mais 22 casos de infeção humana por vírus Monkeypox pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), havendo, até ao momento, 96 casos no país.
A maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.
Segundo a DGS, todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico.
“A informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional”, refere a autoridade de saúde que continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias.
A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico.
Reforça ainda as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, apelando às pessoas para se absterem de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas.
O último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontava para quase 200 casos confirmados em todo o mundo do “invulgar” surto do vírus Monkeypox fora dos países onde é endémico, mas salientou que não há razão para preocupação.
“Esta não é uma doença com a qual a população em geral deva estar preocupada, não é como a covid-19 ou outras doenças que se espalham rapidamente”, afirmou na sexta-feira a diretora do departamento de Preparação para Emergências da OMS, Sylvie Briand, perante os países membros da organização reunidos na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
A responsável admitiu que se trata de “uma situação invulgar”, com contágios fora dos nove países africanos onde o vírus da família da varíola é endémico, e que “o número pode aumentar nos próximos dias, porque se está mesmo no princípio deste evento”.
Para já, não há certezas sobre o que poderá estar a causar o surto: as hipóteses em estudo são uma mudança no vírus, o que parece improvável pelas análises de pessoas infetadas já feitas, ou uma mudança nos comportamentos humanos, que é mais provável mas ainda está por estabelecer, referiu Sylvie Briand.
O diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, afirmou que a progressão do surto “ainda pode ser evitada nos países não endémicos” através de testagem, rastreio de contactos e isolamento de pessoas infetadas.
A OMS já tem protocolos de tratamento para o vírus Monkeypox, quer de vacinas quer de medicamentos antivirais. A vacina da varíola tem uma taxa de eficácia de 85% na prevenção deste vírus da mesma família.
Os sintomas duram entre duas e quatro semanas, começam com febre, dores de cabeça, dores nas costas, fadiga e progridem para inchaço nos nódulos linfáticos e irritação cutânea.