As mulheres que completam 45 anos em 2025 serão convocadas ao longo do ano para realizar mamografia, conforme a região onde residem e o itinerário das carrinhas da Liga Portuguesa Contra o Cancro, anunciou o Ministério da Saúde.
No início de dezembro de 2024, a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou a atualização da norma sobre o rastreio de base populacional do cancro da mama, que foi alargado este ano a mulheres entre os 45 e os 74 anos, quando até agora se destinava a mulheres entre os 50 e os 69 anos, cumprindo as recomendações da União Europeia.
No Algarve, ao contrário das restantes regiões do país, o rastreio não será assegurado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), mas sim pela Associação Oncológica do Algarve (AOA). A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, explicou que um protocolo está em fase de celebração entre a Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve e a AOA, com mediação da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este acordo visa garantir que as mulheres residentes na região possam beneficiar do alargamento do rastreio.
Deteção precoce como prioridade
Com este alargamento do rastreio, prevê-se que 1.050.000 mulheres sejam chamadas anualmente para fazer a mamografia.
“Com isto pretendemos obter ganhos significativos em saúde através de uma deteção mais precoce do cancro da mama e assim contribuir para uma diminuição da mortalidade”, salientou.
O Ministério da Saúde está agora a rever e a ultimar o protocolo que já existia com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, que tem de incluir este alargamento.
“O protocolo já foi revisto pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e pela Direção Executiva do SNS e temos já uma reunião agendada nas próximas semanas com a Liga para então fazermos a assinatura com as correções deste protocolo”, avançou.
A norma da DGS também introduz a substituição da técnica imagiológica pela tomossíntese mamária, também designada por mamografia 3D.
Por isso, é igualmente necessário reunir com as duas entidades responsáveis pela realização do rastreio, “para paulatinamente, ao longo deste e do próximo ano, fazermos uma substituição dos aparelhos”, o que implica um investimento, que será preciso avaliar “como será feito e acautelado”.
Em Portugal, em 2020, foram diagnosticados 7.425 novos casos de cancro da mama em mulheres, dos quais 6.346 (78%) tinham 45 ou mais anos, 4.821 (65%) entre os 45 e os 74 anos e 1.525 (20%) 75 ou mais anos.
Em 2021, registaram-se 1.798 óbitos, dos quais 828 (46%) de mulheres que tinham entre os 45 e os 74 anos e 1.671 (93%) mais de 45 anos.
Os programas de rastreio de base populacional estão associados a diminuição do risco de morte por cancro da mama e do risco de diagnóstico de neoplasias mamárias avançadas, em mulheres assintomáticas, com idades entre os 50 e os 69 anos, refere a DGS.
Estão também associados a redução do risco de morte em mulheres assintomáticas (entre os 45 e os 49 anos), e poderão estar também ligados a uma redução do risco de morte em mulheres assintomáticas entre os 70 e os 74.
Segundo a DGS, não existe informação científica sobre os benefícios ou riscos da continuação destes programas para pessoas com 74 ou mais anos.
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