A UE lançou o certificado digital covid-19, projetado para facilitar as viagens no continente, mas não reconhece a versão da vacina AstraZeneca chamada Covishield, produzida pelo Serum Institute of India (SII) porque esta não recebeu a aprovação do Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
De acordo com o jornal Daily Telegraph, milhões de britânicos receberam a versão indiana da vacina AstraZeneca, aprovada no Reino Unido em fevereiro e identificável pelos números de lote (4120Z001, 4120Z002, 4120Z003), que aparecem nos cartões que os cidadãos receberam quando foram vacinados, ou no comprovativo que o serviço de saúde público fornece, eletronicamente ou em papel, para poder viajar.
A EMA aprovou até agora as vacinas Pfizer-BioNTech, Moderna, Johnson & Johnson e Oxford-AstraZeneca, mas não a Covishield porque o SII não terá pedido uma licença para vender o produto na Europa.
Reino Unido e UE ainda estão em negociações para coordenar o funcionamento dos respetivos certificados de vacinação, podendo os países decidir individualmente quais as medidas de controlo nas suas respetivas fronteiras.
Segundo o jornal “The Times”, o Governo britânico pretende levantar a necessidade de quarentena aos britânicos totalmente vacinados que viajem para países de risco médio, como são classificados atualmente todos os países da UE.
A exclusão da Covishield do certificado digital da UE também foi criticada pela União Africana porque muitos países africanos usaram esta versão da vacina AstraZeneca providenciada pela plataforma Covax, gerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para beneficiar países de menor rendimento.
“Estes desenvolvimentos são preocupantes, dado que a vacina Covishield tem sido a espinha dorsal das contribuições da Covax, apoiada pela UE para os programas de vacinação dos Estados-membros da UA”, criticou o enviado especial da União Africana para a aquisição de vacinas Strive Masiyiwa, a propósito do impacto na circulação dos africanos.