Diana Pereira, médica interna que denunciou alegadas irregularidades no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, era até há pouco tempo interna no Hospital de Portimão. O Expresso avançou esta sexta-feira que a médica interna estaria envolvida na alta dada a Joana Nascimento, a jovem de Lagoa esfaqueada à porta de casa pelo ex-namorado e que morreu dias depois com uma septicemia. Diana Pereira usou as redes sociais para exercer o seu direito de resposta.
A médica interna começa por dizer que: “Enquanto interna de primeiro ano, nunca orientei, fiz prescrições, orientei sozinha ou dei alta a doentes na urgência do Hospital de Portimão. Fazia apenas o exame físico e a colheita da história com o devido registo clínico sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes. É pois absolutamente falso que tenha dado alta à jovem”.
Sobre a sua demissão do internato do Hospital de Portimão refere que, “por outro lado, apresentei a minha demissão em 20 de junho, apesar de só a ter anunciado publicamente a 21, de qualquer forma, antes de a jovem ter regressado ao hospital e da sua posterior morte que, naturalmente, muito lamento”.
Diana Pereira nega também que se tenha demitido por ‘instabilidade mental’. “É também, pois, absolutamente falso que me tenha demitido por ‘instabilidade mental’ quando a jovem voltou à urgência, como afirma o Expresso em destaque. Já não me encontrava ao serviço quando a jovem voltou ao hospital e, dado que a notícia coloca aspas a expressão ‘instabilidade mental’ sem identificar quem está a citar, espero que os jornalistas que assinam a notícia rapidamente esclareçam esta situação!”.
Para a médica, a notícia lança uma “lamentável” insinuação, “refere a notícia que as ‘suspeitas de negligência’ ainda não foram remetidas às instâncias disciplinares da Ordem dos Médicos (OM), o que é uma lamentável insinuação, uma vez que a notícia nem refere quem terá tais suspeitas nem a razão porque ‘ainda’ não foram remetidas à OM”.
“Por último, não querendo sequer pronunciar-me sobre o lamentável título [“Médica que acusou cirurgiões envolvida em morte”], não posso deixar de sublinhar que as graves acusações que me são feitas constam em citações atribuídas a cirurgiões cobardemente anónimos, o que pensava não ser compatível com o jornalismo do Expresso. Verdade seja dita que basta ler a notícia até ao fim para se ficar com uma ideia de quem são os cirurgiões em causa e o que os move”, finaliza.