A grande maioria das fake news sobre a covid-19 teve origem em apenas 12 pessoas.
Uma investigação da organização internacional Centro de Combate ao Ódio Digital concluiu que essas 12 pessoas foram as responsáveis por 73% de informações falsas publicadas no Facebook sobre as vacinas.
São eles médicos, naturalistas, fisioterapeutas, fanáticos religiosos e até um sobrinho do ex-Presidente John F. Kennedy.
Têm em conjunto mais de 59 milhões de seguidores em todo o mundo e, segundo o Centro de Combate ao Ódio Digital, são os responsáveis pela grande maioria das teorias anti vacinas.
A investigação foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian que conta por exemplo que, numa publicação no Facebook de Robert Kennedy Jr., estava escrito que a 5G estaria na origem da pandemia.
A publicação correu mundo, tendo sido partilhada milhões de vezes.
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Portugueses mostram-se preocupados com desinformação
Cerca de três quartos dos portugueses que utilizam a Internet afirmam-se preocupados com o que é real e falso online, de acordo com o Reuters Digital News Report 2021 (Reuters DNR 2021).
“A desinformação relacionada com a covid-19 domina o espectro dos conteúdos ilegítimos com que os inquiridos mais se depararam na semana anterior, seguida pelos conteúdos relacionados com política”, refere o décimo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o sétimo relatório a contar com informação sobre Portugal.
Destaca-se ainda que “os portugueses que menos confiam em notícias dizem deparar-se mais com conteúdos desinformativos relacionados com imigração”.
Entre as fontes que mais preocupam os inquiridos do estudo, “em termos de emissão de desinformação relacionada com a covid-19 e com a pandemia, destacam-se o Governo, políticos ou partidos políticos nacionais (30%), seguidos pelos ativistas individuais ou movimentos ativistas”.
Cerca de 16% afirmam-se “preocupados com a informação veiculada por outros cidadãos comuns, chegando aos 12,5% os que afirmam estar preocupados com a desinformação oriunda de jornalistas ou marcas de notícias”.
No digital, a rede social Facebook “é a fonte que mais preocupa os portugueses – 37,9%”, enquanto os sites ou apps (aplicações) de notícias preocupam 16,8% dos inquiridos e as apps de mensagens, como o WhatsApp ou o Facebook Messenger, são fonte de preocupação para apenas 13,6% dos portugueses.
“De forma agregada, observa-se que cerca de metade dos portugueses estão preocupados com desinformação relacionada com a pandemia nas redes sociais, sendo que aproximadamente seis em cada 10 preocupam-se com conteúdos parcial ou totalmente falsos com origem em redes sociais e ‘apps’ de mensagens”, adianta.
Enquanto parceiro estratégico, o OberCom – Observatório da Comunicação colaborou com o RISJ na conceção do questionário para Portugal, bem como na análise e interpretação final dos dados.
O inquérito realizado foi realizado em em 46 países: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia, Roménia, Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Chile, México, Quénia e África do Sul.
O tamanho total da amostra foi de 92.155 adultos com cerca de 2.000 por mercado (1.501 em Hong Kong) e o trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro deste ano.