A primeira cirurgia robotizada de prótese do joelho realizou-se esta terça-feira, na Unidade de Gambelas, em Faro.
O robot utilizado conduz uma fresa inteligente com precisão infra milimétrica. Controlado pelo cirurgião, reduz a possibilidade de erro e ajuda na colocação do implante, reproduzindo quase na totalidade o joelho original do doente.
As artroplastias do joelho e da anca são, pelos seus excelentes resultados, dos procedimentos mais gratificantes para o doente e para o cirurgião ortopedista. Perfazem cerca de 10% das 2.000 intervenções anuais realizadas pelo Grupo de Ortopedia (GO) do HPA e são há 12 anos uma das áreas onde o GO mais tem investido em termos técnicos e científicos.
De acordo com João Paulo Sousa, coordenador do GO HPA “acreditamos que com esta opção tecnológica, precisa e segura, vamos conseguir melhorar os nossos resultados clínicos e funcionais: reduzir o número de doentes insatisfeitos e, provavelmente, encurtar o tempo de internamento e de recuperação, permitindo um regresso mais seguro às atividades de vida diária, bem como aumentar a longevidade da prótese”.
Todo este esforço tem como objetivo final a melhoria dos resultados oferecidos aos doentes. Numa análise recente acerca da satisfação em que foram avaliados 711 doentes submetidos a artroplastia do joelho, pedindo-lhes que classificassem o nível de satisfação de um a dez, 48% classificaram-na com dez e 90% classificaram-na com sete ou superior a sete.
Perante estes resultados, João Paulo Sousa afirma que “a melhoria contínua faz parte da nossa missão, por isso estabelecemos uma nova meta: reduzir os 7% que classificaram a sua satisfação em níveis inferiores a seis. As determinantes da obtenção de um ótimo resultado, um bom resultado ou um mau resultado são multifatoriais e não as conhecemos ou dominamos na plenitude”.
Na ortopedia, como em múltiplas áreas da medicina, o contributo das novas tecnologias tem sido precioso e crescente. Exemplo disto é o sistema PSI (Patient Specific Instrumentation), em que são executados blocos de corte específicos e personalizados para cada doente, sistema a que o GO HPA já recorre há mais de 10 anos, tendo-se tornado num centro de referência.
O investimento do GO HPA na área das novas tecnologias tem gerado uma produção científica (dez publicações em revistas indexadas, três capítulos de livros, 60 comunicações em congressos), que está na base do reconhecimento da idoneidade formativa pela Ordem dos Médicos de internos de ortopedia. A introdução da robótica dará um novo impulso a esta importante vertente da atividade médica.
Depois do robot para o tratamento para hiperplasia benigna da próstata, apresentado no final do ano passado, este é mais um robot em Portugal disponibilizado pelo Grupo HPA Saúde.