O diretor clínico do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), Horácio Guerreiro, apresentou ao ministro da Saúde a sua demissão. A renúncia ao cargo foi enviada no final de junho através de carta com conhecimento do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, avança a TSF.
Segundo a mesma fonte, Horácio Guerreiro diz não ter condições para continuar no cargo após ter recebido uma ordem de Fernando Araújo que contraria decisões que tomou no serviço de maternidade e que pode colocar em causa a assistência às grávidas.
À TSF explicou que pediu “orientação à direção executiva do SNS sobre quais deveriam ser as prioridades na área maternoinfantil. A resposta foi-me transmitida através da senhora presidente do Conselho de Administração com uma ordem de prioridades que não era aquilo que preconizava”. Para Horário Guerreiro “não há recursos para outro tipo de solução” que não a que tomou.
A solução que defendia “preservava melhor a assistência maternoinfantil no Algarve” por não haver “recursos para outro tipo de solução. Eu não poderia responsabilizar-se por uma solução que não era minha, até porque há responsabilidade digamos deontológica e há responsabilidade até penal, porque o diretor clínico é o responsável pela atividade clínica no hospital”, afirma.
Horário Guerreiro explica que, em alguns dos fins de semana de junho, o bloco de partos de Portimão encerrou. O de Faro por outro lado continuou aberto e era essa a solução que contava manter nos próximos tempos, mas Fernando Araújo teve um entendimento diferente.
O objetivo de Horácio Guerreiro era o de “preservar recursos, quer na área da Pediatria, quer eventualmente na área da Obstetrícia, para assegurar a maternidade de Faro e a urgência pediátrica em Faro, aos fins de semana, porque aos fins de semana não posso ter apenas um pediatra para unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, não é suficientemente seguro em termos das necessidades assistenciais”.
No Algarve escolhe-se “entre destapar os pés ou destapar a cabeça”, ironiza.
O Conselho de Administração do CHUA, do qual faz parte o diretor clínico, terminou o mandato no final de dezembro, mas mantém-se em funções. Este mês deve ser conhecida a nomeação dos novos titulares ou a recondução dos atuais membros.