Os seis projetos vencedores das Bolsas de Cidadania da Roche de 2024 foram esta terça-feira anunciados numa cerimónia pública. Os 60.000 euros das Bolsas de Cidadania vão ser distribuídos por iniciativas de áreas diversas no âmbito da saúde, abrangendo várias zonas do país. Há um projeto vencedor do Algarve.
O Projeto Casulo – Jardim de bem-estar, da Associação Calioásis, vai receber 20.000 euros. O projeto visa a criação de um jardim natural dentro do circuito de internamento da oncologia pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra. O principal objetivo é melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das crianças e jovens internados na instituição.
A ideia central passa por criar um espaço natural e ao ar livre capaz de atenuar a ansiedade e stress associado a longos e repetidos períodos de internamento das crianças, adolescentes e das suas famílias.
O Projeto Diabetes na Cozinha, da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, vai receber uma bolsa de 15.000 euros. O objetivo deste projeto é, sobretudo, capacitar o público para escolhas alimentares mais saudáveis e equilibradas, também sabendo ler rótulos e compreendê-los. Pretende ainda promover a criatividade na cozinha como estímulo a uma boa gestão da diabetes tipo 1, bem como desmistificar algumas ideias erradas associadas à doença.
Entre as atividades a desenvolver estão visitas guiadas a quintas de produção biológica – também para aproximar agricultores da população mais urbana -, workshops de cozinha direcionados a crianças e jovens em Lisboa, Porto e Santarém e apoio a famílias no planeamento de compras e de refeições.
O Projeto Amália na Voz, da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, vai receber 10.000 euros. A iniciativa pretende promover sessões de musicoterapia para pessoas com Parkinson e cuidadores, através de sessões bissemanais de uma hora e meia. Segundo a Associação, cantar ajuda a controlar os sintomas da doença de Parkinson e promove bem-estar, autoconfiança e otimismo.
O projeto deu os seus primeiros passos em maio de 2023 e as sessões iniciais foram a base para criar um coro que permitiu vivenciar experiências fora da doença
A ideia é dar continuidade a um projeto inicial, expandindo as atividades, promovendo apresentações, intercâmbios corais e realização de workshops vocais e de expressão musical.
Além de promover a componente psicológica e promover a socialização, cantar ajuda a reduzir os tremores que podem estar associados à doença e fomenta a melhoria da comunicação.
O Projeto Saúde Mental 360º Algarve, da Plataforma Saúde em Diálogo, receberá 5.000 euros. O principal objetivo é promover a saúde mental da comunidade idosa vulnerável do Algarve, região com elevado índice de envelhecimento e risco de pobreza.
As iniciativas passam por atividades de promoção do envelhecimento ativo e saudável, com foco na saúde mental.
O projeto decorre em três concelhos algarvios com cerca de 200 participantes. A Plataforma Saúde em Diálogo pretende alargá-lo de forma a incluir mais 50 idosos.
O Projeto AnimAlis – Terapia Assistida por Animais, das Irmãs Hospitaleiras Lisboa Clínica Psiquiátrica S. José, vai receber 5.000 euros. A ideia central é implementar atividades de terapia assistida por animais e atividades de estimulação de pessoas com deficiência intelectual, dirigidas a pessoas internadas na Clínica de S. José, das Irmãs Hospitaleiras de Lisboa.
O projeto visa incluir um animal como parte integrante do processo terapêutico, com intervenções supervisionadas por um profissional de saúde.
A Terapia Assistida por Animais pretende reduzir a agitação psicomotora e melhorar comportamentos em pessoas com deficiência mental ou intelectual. As experiências com esta terapia têm demonstrado até a possibilidade de diminuição das doses de fármacos necessárias.
O Projeto Integrar-Te, da Associação Saúde Mental do Médio Tejo, receberá uma bolsa de 5.000 euros. O foco deste projeto é capacitar pessoas com doença mental grave, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida.
Pretende reabilitar e reintegrar na comunidade cerca de 30 pessoas com doença mental grave e destina-se a maiores de idade, com grau moderado ou reduzido de incapacidade psicossocial, estabilizados clinicamente mas que apresentam incapacidades nas áreas relacionais e de integração social.
Entre as atividades previstas estão oficinas de arte, espetáculos e passeios na natureza, por exemplo na zona do rio Nabão.
Nesta décima edição, os 51 projetos candidatos foram avaliados por um júri independente composto por: Graça de Freitas, médica e antiga diretora-geral da Saúde; Isabel Aldir, médica e consultora da Casa Civil da Presidência da República; José Pereira de Almeida, médico, teólogo e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa; Maria de Belém Roseira, jurista e antiga ministra da Saúde; Maria do Céu Machado, médica e professora Catedrática jubilada; Miguel Múrias Mauritti, jornalista e diretor na HealthNews.pt e Ricardo Encarnação, diretor médico da Roche Farmacêutica.
Desde 2015, as Bolsas de Cidadania já financiaram mais de meia centena de iniciativas num valor de cerca de 600 mil euros.
Leia também: Conheça as duas aldeias algarvias que são das mais bonitas do país