“Estamos numa situação muito difícil nas farmácias, a ficar sem máscaras, sem desinfetantes, sem luvas. Já há farmácias a vender pelos postigos” e a resposta que as autoridades têm dado a quem pede esses equipamentos é “peçam à Ordem dos Farmacêuticos”, disse a responsável, que falava num debate que decorreu esta noite na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, sobre a Covid-19.
Já quase no final do debate, a bastonária deixou um aviso: “O Governo está a comprar materiais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e não se pode esquecer das farmácias. Temos de ter proteção. Quando as máscaras aparecerem, têm [as farmácias] que ser contempladas ou algumas podem fechar”.
Ana Paula Martins disse que na quinta-feira deve sair a norma que garante que possam ser levantados medicamentos mesmo sem receita médica, nos casos, por exemplo, dos doentes crónicos que precisam de renovar a terapêutica.
A bastonária assumiu ainda que já há falhas em alguns medicamentos e defendeu que médicos, farmacêuticos e cidadãos “tem de compreender” que é necessário “proteger a cadeia do medicamento”, indicando que há fábricas na Europa que estão “com dificuldade” em disponibilizar medicamentos, embora estes também sejam feitos na Ásia.
A responsável avisou que os portugueses terão de compreender quando nas farmácias lhes disserem que não lhes podem dispensar tudo aquilo que as famílias querem e que é preciso partilhar os medicamentos disponíveis.
Ana Paula Martins, com o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, encerrou um debate sobre a pandemia mundial do novo coronavírus, que provoca a Covid-19.
O debate foi organizado pela FDC Consulting, uma empresa de comunicação ligada ao setor da saúde, e juntou também o pneumologista Filipe Froes, o professor jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Francisco Antunes, e o infeciologista António Diniz.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
No mundo, a Covid-19 infetou mais de 210 mil pessoas, das quais mais de 8.750 morreram.