Entre os 19 concelhos de Portugal Continental que estão acima do limiar de risco definido pelo Governo, Moura é o que tem a incidência mais elevada (474 casos por 100 mil habitantes), seguido por Rio Maior, Odemira, Portimão (308) e Carregal do Sal, todos com mais de 300 novos casos por 100 mil habitantes entre 17 e 30 de março.
Os dados divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) foram os que o Governo usou no último Conselho de Ministros para determinar os 19 locais onde deve haver maior “cautela” nas duas próximas semanas, apesar de terem também avançado para esta segunda fase de desconfinamento.
Se aos 19 concelhos referidos pelo primeiro-ministro juntarmos outros sete nas regiões autónomas (Machico, Ribeira Brava, Santa Cruz, Câmara de Lobos, Pontal do Sol e Funchal, todos na Madeira, além de Ponta Delgada, nos Açores) também acima do limiar de risco, contam-se agora 26 municípios com mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes. São menos seis do que na semana anterior.
Em comparação com os dados divulgados na semana passada, a incidência da covid subiu num terço dos concelhos (101), sendo agora ligeiramente maior o número de locais com tendência crescente (77 na semana passada). Ainda assim, a incidência manteve-se igual em 64 municípios e desceu nos restantes 143.
NÚMERO DE NOVOS CASOS POR 100 MIL HABITANTES
Incidência cumulativa a 14 dias, entre 17 e 30 de março
Mapa de risco com 19 concelhos no “vermelho” e 64 vizinhos também em risco de travar
Os 19 municípios do Continente onde o desconfinamento poderá travar se não tiverem melhorado daqui a duas semanas estão espalhados pelas várias regiões: 6 no Centro, 5 no Alentejo, 4 no Algarve [Portimão (308), Vila do Bispo (213), Albufeira (161) e Lagoa (141)], 3 no Norte e 1 em Lisboa.
O concelho de Lisboa está com uma incidência de 85 casos por 100 mil habitantes e o Porto com 97 casos por 100 mil.
PESQUISE POR CONCELHO
Mais de dois terços do país (219 concelhos) estão abaixo da linha verde estabelecida pelos peritos, ou seja, têm menos de 60 novos casos por 100 mil habitantes. E contam-se agora mais dez nesta situação, comparando com os dados divulgados na semana passada.
Coimbra (56), Matosinhos (53), Braga (26), Caldas da Rainha (15), Viseu (11) são alguns dos concelhos mais populosos do país com menos de 60 novos casos/100 mil habitantes.
No Algarve são oito os concelhos com menos de 60 novos casos: São Brás de Alportel (0), Castro Marim (16), Olhão (27), Tavira (37), Alcoutim (46), Loulé (47) e Aljezur (54).
Apesar de haver mais locais onde a incidência está a subir, há mais concelhos sem casos. Contam-se agora 55 municípios sem nenhum infetado: 13 no Centro, 15 no Alentejo, 12 no Norte, 11 nos Açores, 2 em Lisboa, 1 na Madeira e 1 no Algarve (São Brás de Alportel).
Tondela com 26 mil habitantes ou Alijó com cerca de 11 mil, por exemplo, não tiveram nenhum caso entre 17 e 30 de março.
AÇORES
Nos Açores, há apenas um concelho acima do limite dos 120 novos casos: Ponta Delgada (178). Ilhas como Corvo, Flores ou Faial não têm nenhuma nova infeção.
MADEIRA
A região da Madeira mantém ainda seis concelhos (Machico, Ribeira Brava, Santa Cruz, Funchal, Câmara de Lobos e Ponta do Sol) com mais de 120 novos casos, sendo a pior situação do país a do Machico (500).
Embora neste boletim a DGS já não faça referência aos atrasos nas notificações no SINAVE, que deram origem a uma concentração de novos registos de casos em poucos dias e alteraram os indicadores, a situação da região autónoma da Madeira continua a ser a única a fugir da tendência do resto do território nacional.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso