A velocidade a que comemos pode ter um impacto significativo na nossa saúde e bem-estar. Muitas vezes, no meio da azáfama do dia-a-dia, consumimos as nossas refeições de forma apressada e distraída, sem nos apercebermos dos efeitos que isso pode ter no nosso corpo.
Um dos principais problemas de comer rapidamente é que não damos tempo suficiente para que os sinais de saciedade alcancem o nosso cérebro. Isto significa que continuamos a comer mesmo depois de já estarmos saciados, o que pode levar ao consumo excessivo de calorias e ao ganho de peso ao longo do tempo.
A velocidade da ingestão afeta, para além disso, a libertação de hormonas que controlam o apetite, como a grelina, que é responsável pela sensação de fome. Comer rapidamente pode resultar em níveis elevados de grelina, o que aumenta ainda mais o apetite e a vontade de comer.
Mas não é apenas o apetite que é afetado. A velocidade a que comemos também influencia a forma como o nosso corpo processa os alimentos. Quando, por exemplo, consumimos hidratos de carbono rapidamente, o nosso corpo atinge picos de glicose no sangue, seguidos de quedas abruptas, que pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.
Um estudo realizado comprovou esta relação entre a velocidade de ingestão e a saúde metabólica. Participantes que comeram rapidamente apresentaram níveis mais elevados de glicose no sangue após a refeição, em comparação com aqueles que comeram devagar. Isto realça a importância de abrandar e saborear cada mordida.
Existem estratégias simples que podemos adotar para melhorar os nossos hábitos alimentares. Uma delas é mastigar mais devagar e prestar atenção à sensação de saciedade à medida que comemos. Outra estratégia eficaz é colocar os talheres no prato entre as garfadas, o que nos ajuda a comer de forma mais consciente.
Escolher alimentos menos processados, que exigem mais mastigação, pode incentivar-nos a comer mais devagar.
A velocidade a que comemos desempenha um papel crucial na nossa saúde. Comer devagar não só nos ajuda a controlar o apetite e a ingestão de calorias, mas também beneficia o processamento dos alimentos pelo nosso corpo. Pequenas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem ter um impacto positivo duradouro na nossa saúde e bem-estar geral.
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