Em declarações à agência Lusa, o especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) cita estudos feitos pelos investigadores ingleses (a variante delta tem uma prevalência que ronda os 90% em Inglaterra) e dados da autoridade de saúde britânica que indicam que a delta é 60% mais transmissível do que a variante alfa (conhecida inicialmente como a do Reino Unido) e tem duas vezes mais probabilidade de levar a pessoa ao hospital, mas sublinha que os resultados da vacinação “são promissores e animadores”.
“Com duas doses da vacina [AstraZeneca], a proteção conferida contra a hospitalização é na ordem dos 92%”, afirmou o especialista, acrescentando: “Quem tenha a vacinação completa, este grau proteção contra a hospitalização é na ordem de 92% a 96% [vacina Pfizer], o que é excelente”.
“A palavra de ordem é vacinar”, insistiu.
Segundo o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado pelo INSA, a variante delta, associada inicialmente à Índia, teve “uma subida galopante” na frequência relativa a nível nacional, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, mas a sua distribuição “é ainda muito heterogénea entre regiões”.
Segundo o INSA, a distribuição da variante delta varia entre 3,2% (Açores) e 94,5% (Alentejo), mas, tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, “é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas”.
Do total de sequências da variante delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, refere o instituto.
No entanto, sublinha, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, o que sugere que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2,3%.