A nota publicada no portal das Comunidades começa por referir que a evolução do número de casos diagnosticados e a disseminação da doença provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), ao longo das últimas semanas, “recomendam a adoção de medidas preventivas e uma ponderação cuidada quanto à realização de deslocações, em especial às regiões mais afetadas”.
Neste quadro, o Governo “desaconselha” a realização de “qualquer viagem à província chinesa de Hubei, a diversas regiões de Itália e de viagens não essenciais”, a vários locais da China, Irão e Coreia do Sul, acrescenta o alerta do gabinete da Secretária de Estado das Comunidades.
República Popular da China, Irão, Coreia do Sul (cidades de Daegu e Cheongdo e a província de Gyeongsang-buk) são os locais referidos na nota como aqueles para os quais os portugueses também não deverão viajar a não ser que sejam viagens consideradas essenciais.
No final de janeiro, o Governo já tinha emitido um alerta a desaconselhar todas as viagens não-essenciais à China.
O primeiro-ministro italiano anunciou hoje a proibição de entradas e saídas da Lombardia e de outras 14 províncias para limitar a propagação do Covid-19, uma medida que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.
No comunicado divulgado hoje no portal das comunidades, recomenda-se ainda aos cidadãos portugueses que “consultem os Conselhos aos Viajantes referentes aos países de destino, em virtude de constantes alterações locais em países cujas autoridades estão a implementar medidas adicionais de proibição de entrada”.
“Os viajantes devem ainda seguir atentamente as recomendações e orientações publicadas pela Direção-Geral da Saúde, pela Organização Mundial da Saúde e pelas autoridades de saúde dos países de destino, nomeadamente no que diz respeito às medidas de higiene”, refere.
O gabinete da secretária de Estado das Comunidades alerta também para o facto de que em Itália, e em virtude das medidas adotadas por aquele país, “a Embaixada de Portugal e os consulados honorários (…), embora em funcionamento, poderão ter as suas atividades condicionadas”.
A nota reforça que os viajantes devem informar-se junto das companhias aéreas quanto ao eventual cancelamento de voos e junto das autoridades do país de destino quanto a eventuais restrições de entrada e à circulação que possam ter sido adotadas em resposta ao Covid-19, em especial no caso de a pessoa ter efetuado deslocações recentes a áreas afetadas.
De forma a facilitar o contacto com os postos consulares, em caso de emergência, o Governo aconselha também os viajantes “a efetuarem o registo das suas viagens na aplicação Registo Viajante.
Em casos de comprovada emergência consular, os cidadãos poderão contactar o Gabinete de Emergência Consular através dos contactos telefónicos +351 217 929 714 ou +351 961 706 472 e do endereço de correio eletrónico [email protected].
“As pessoas que regressem de áreas afetadas devem estar atentas ao surgimento de febre, tosse e eventual dificuldade respiratória. Se surgirem estes sintomas, não se devem deslocar aos serviços de saúde, mas ligar para a linha SNS24 (808 24 24 24) e seguir as orientações que lhes forem dadas. Por regra não se recomenda qualquer tipo de isolamento de pessoas sem sintomas”, sublinha.
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Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo coronavírus que causa a doença Covid-19, mais nove do que os contabilizados no sábado, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, há 57 novos casos suspeitos, num total de 281 registados desde o início do ano, estando 56 a aguardar resultado laboratorial.
A região Norte continua a liderar o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (22, mais sete que no sábado), enquanto a Grande Lisboa tem seis casos (mais um).
Foi confirmado o primeiro caso no Sul do país, o de uma aluna de uma escola de Portimão.
O Centro do país continua a registar um caso, enquanto o Alentejo, Açores e Madeira ainda não têm casos de infeção pelo Covid-19.
Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados.
Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres.
Relativamente às idades, um terço dos pacientes (10) tem entre 40 e 49 anos. Há duas mulheres entre os 70 e os 79 anos, as doentes mais idosas. Entre os 10 e os 19 anos, há cinco infetados (dois rapazes e três raparigas).
Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infetados, mais 35 que no sábado.
Segundo o boletim da DGS, há quatro cadeias de transmissão ativas, existindo seis casos importados – cinco de Itália e um de Espanha.