Na comparação dos saldos semanais dos principais indicadores, entre 12 e 18 de abril, Portugal registou também menos mortes, menos internados em Unidades de Cuidados Intensivos e menos internamentos – embora neste último indicador, a diferença seja inferior à registada na semana anterior. Os dados são tão mais importantes quando, nessa mesma semana, passavam já duas semanas sobre o período da Páscoa (dia 4), quando o Governo impôs de novo fortes restrições para tentar evitar uma nova escalada de casos, e quando já passava um mês sobre o início do desconfinamento, que avançou a 15 de março nas escolas primárias e creches, mas também em vendas ao postigo e serviços como cabeleireiros.
Olhando para os gráficos que se seguem, parece já possível concluir que a Páscoa não repetiu o Natal.
SALDOS SEMANAIS
Na comparação da ‘matriz de risco’ atual é visível o abrandamento da incidência nacional, apesar do aumento da transmissibilidade em relação aos mesmos indicadores no final do período de confinamento (12 de março). Relevante é que o valor do R(t) divulgado esta segunda-feira inverteu ligeiramente essa tendência de aumento e recuou para 1, o valor de referência.
EVOLUÇÃO DA INCIDÊNCIA E TRANSMISSIBILIDADE
O gráfico em baixo mostra que a transmissibilidade tem-se mantido estável em Portugal desde o início de abril, tendo até reduzido ligeiramente nos últimos dias. A 15 de abril, data do último valor comparativo entre os diferentes Estados-membros da UE, Portugal apresentava um R(t) de 1,06 e a média dos 27 era 0,97.
EVOLUÇÃO DO R(T) EM PORTUGAL
A nível regional, Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo refletem a tendência nacional dos dias, mostrando ou estabilidade, ou uma evolução lenta. Só o Alentejo e as regiões autónomas apresentam uma maior oscilação dos valores médios registados. Neste momento, Lisboa e Vale do Tejo é a única região do país com um R(t) inferior a 1.
VARIAÇÃO DA TRANSMISSIBILIDADE POR REGIÃO
Portugal mantém a incidência de novos casos em 14 dias mais baixa na União Europeia. Nos 27 Estados-membros, só Portugal e Finlândia estão abaixo do patamar de 120 casos por 100 mil habitantes. Os cálculos são do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), com data de 15 de abril. No relatório semanal é ainda referido que Portugal é o único país a apresentar uma tendência estável da incidência cumulativa a 14 dias.
EVOLUÇÃO DA INCIDÊNCIA E TRANSMISSIBILIDADE NA UE
Se a matriz de risco, que cruza a incidência de novos casos nos últimos 14 dias com o índice de transmissibilidade, usada em Portugal fosse aplicada aos restantes Estados-membros da UE, oito países estariam no ‘quadrante vermelho’: Suécia, Croácia, Chipre, Luxemburgo, Lituânia, Letónia, Alemanha e Espanha têm os dois indicadores acima do limite indicativo usado em Portugal – o que levaria a um eventual agravamento das medidas de contenção da pandemia. A Finlândia é o único Estado-membro no quadrante verde.
EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE RESTRIÇÃO DAS MEDIDAS APLICADAS NA UE
No índice que mede as medidas aplicadas por cada país na resposta à pandemia, elaborado pela Universidade de Oxford, Portugal tem um valor de 65,7 em 100, está equiparado à Suécia. Atualmente é o 16.º Estado-membro com medidas mais restritivas. No início de março, só a Grécia tinha um valor mais elevado. Este indicador compara nove medidas aplicadas a nível nacional pelos diferentes países: fecho de escolas, aplicação de teletrabalho, restrições nos eventos públicos, limitações nos ajuntamentos, restrições nos transportes públicos, confinamento, controlo das viagens internacionais, políticas de testagem e rastreamento de contactos.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso