“A agricultura não pode parar”, afirmou, em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o presidente da AHSA, Nuno Pereira, garantindo que “a venda para o mercado nacional é uma realidade no universo das empresas” desta associação “e faz todo o sentido que continue a sê-lo”.
Segundo a AHSA, as “mais de 25 empresas” que são associadas desta organização, as quais “representam mais de 200 milhões de euros de faturação anual”, mantêm “atividade em pleno”.
“Continuam a operar e a alimentar a cadeia de distribuição nacional e internacional”, vincou a associação, assinalando também, no título do comunicado, que a “agricultura do sudoeste alentejano continua a alimentar o país”.
A associação referiu que, nas últimas semanas, seguindo “todas as orientações das autoridades”, os seus associados priorizaram ao máximo a prevenção e a implementação e adaptação dos seus planos de contingência”.
E as empresas estão “particularmente atentas a eventuais quebras de fornecimento que o mercado nacional possa estar a sentir e que possam comprometer a qualidade de vida das populações”, pode ler-se.
“Neste sentido, a resposta ao apelo das autoridades, especificamente as que o estado de emergência decreta, é clara: garantir que a cadeia de fornecimento de alimentos em Portugal não pare”, frisou a associação.
Ao nível local, a AHSA disse estar a operacionalizar, em conjunto com as suas associadas, “um sistema de apoio a instituições de cariz social do concelho de Odemira que possam vir a ter dificuldade em obter alimentos da parte dos seus fornecedores habituais”.
Do portefólio das várias empresas da AHSA fazem parte frutos, produtos hortícolas e ervas aromáticas, além de flores e plantas ornamentais.
Fundada em 2004, por um grupo de empresas a operar no Perímetro de Rega do Mira, a AHSA atua numa área produtiva próxima dos dois mil hectares e os seus associados – no global com cerca de 3.500 colaboradores – são os maiores produtores da região, tendo alcançado uma vertente fortemente exportadora, apesar de também operarem no mercado interno.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.