A “síndrome do arroz frito” é um dos tópicos mais falados atualmente na rede social TikTok, alimentando preocupações sobre a segurança alimentar. Esta preocupação foi reacendida por uma notícia de 2008 que relatou a morte de um jovem de 20 anos depois de consumir massa que tinha sido confeccionada há cinco dias, o que desencadeou dúvidas sobre possíveis origens de uma intoxicação alimentar, especialmente em relação a massas e arroz cozinhados previamente já com alguns dias.
A Visão conta-nos que o cerne da questão reside na presença de uma bactéria denominada Bacillus cereus em alimentos secos, como arroz e massa. Essa bactéria é notável por ser resistente ao calor, o que significa que não é eliminada durante a confeção. O problema surge quando estes alimentos são deixados à temperatura ambiente, criando condições propícias para o crescimento da Bacillus cereus e a liberação de toxinas.
Alimentos secos que foram confecionados e posteriormente mantidos à temperatura ambiente estão sujeitos a desenvolver a “síndrome do arroz frito” quando ingeridos. É importante entender a conhecida “zona de perigo de temperatura”, na qual as bactérias começam a proliferar.
“As bactérias podem começar a crescer quando algo que estava frio começa a atingir os 4ºC (…) Por outro lado, algo que devia estar quente e começa a ficar a menos de 60ºC também entra dentro da zona de perigo de temperatura”, contou a nutricionista Kyndall Weir, num vídeo do TikTok.
Para evitar a contaminação alimentar, é crucial que a massa e o arroz cozidos sejam refrigerados até um máximo de duas horas após a preparação ou após serem retirados de equipamentos que os mantêm aquecidos. Se a temperatura ambiente estiver acima dos 32 graus Celsius, a comida não deve permanecer exposta por mais de uma hora.
Os sintomas da “síndrome do arroz frito” incluem diarreia, cólicas abdominais, náuseas, vómitos e desidratação. Embora estes sintomas possam desaparecer em algumas horas ou dias, nos casos mais graves podem evoluir e causar complicações. É essencial procurar assistência médica se ocorrerem alterações na pele, hemorragias, dores abdominais intensas, mudanças na visão, falta de ar, desmaios ou confusão mental.
A denominação de “síndrome de arroz frito” provavelmente deve-se ao facto de que as receitas desse prato frequentemente usam sobras de arroz, aumentando o risco de intoxicação alimentar, já que o arroz pode não ter sido adequadamente armazenado e requer aquecimento posterior. Portanto, a atenção à segurança alimentar é fundamental, e o consumo de alimentos preparados deve ser feito com cautela, especialmente quando se trata de pratos que envolvem ingredientes previamente cozidos.
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