Em Portugal, o consumo de sal continua a ser excessivo. Este consumo elevado está fortemente ligado a problemas de saúde, como a hipertensão arterial, que afeta cerca de 42,2% da população, e a doenças cardiovasculares, sendo o acidente vascular cerebral (AVC) uma das principais causas de morte no país. Grande parte deste excesso deve-se ao uso frequente de sal na confeção das refeições e ao consumo de alimentos processados, que já contêm níveis elevados de sódio. Para melhorar a saúde da população, é essencial reduzir a quantidade de sal ingerido, optando por alimentos mais naturais, ler os rótulos dos produtos com atenção e evitar o uso de saleiros à mesa.
Embora seja comum encontrar receitas que indicam quantidades vagas para certos ingredientes, como “uma pitada de erva-doce” ou “um fio de azeite”, essa imprecisão pode ser prejudicial, especialmente no caso do sal. A nutricionista Cláudia Viegas alerta à Sapo Lifestyle que, em Portugal, o consumo médio de sal é de 10,7 gramas por dia, mais do dobro dos 5 gramas diários recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A proliferação de receitas em livros, revistas, programas de televisão e, mais recentemente, em plataformas digitais como sites e redes sociais, muitas vezes apresenta instruções imprecisas quanto à quantidade de sal a utilizar, recorrendo a expressões como “sal a gosto” ou “sal q.b.”. Esta falta de especificidade pode levar a um consumo excessivo de sal, contribuindo para problemas de saúde como hipertensão e doenças cardiovasculares.
Para promover hábitos alimentares mais saudáveis, é fundamental que receitas indiquem claramente a quantidade de sal a ser utilizada, preferencialmente em gramas por pessoa. A OMS recomenda que o consumo diário de sal não exceda 5 gramas para adultos e 3 gramas para crianças.
Assim, ao preparar uma refeição, deve-se considerar uma distribuição adequada do sal:
- Entradas: entre 0,25 a 0,5 gramas de sal por pessoa.
- Pratos principais: entre 0,75 a 1 grama de sal por pessoa.
Esta abordagem objetiva ajuda a controlar a ingestão de sal e a reduzir riscos associados ao seu consumo excessivo. É importante notar que a percepção do sabor salgado é subjetiva e pode ser ajustada ao longo do tempo. Reduzindo gradualmente a quantidade de sal nas refeições, as papilas gustativas adaptam-se, permitindo apreciar o sabor dos alimentos com menos sal.
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