O Brasil vai reforçar a vacinação e adicionou mais 154 cidades à lista de prioridades para reduzir os impactos da dengue, que em menos de três meses já matou 830 pessoas e infetou 2,3 milhões.
A partir de agora, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, em conferência de imprensa em Brasília, serão cerca de 700 cidades espalhadas um pouco por todo o país.
De acordo com o último boletim, até quarta-feira passada, o Brasil registou 2.323.150 casos prováveis de dengue, 830 mortes confirmadas e ainda 1.269 mortes em investigação. “A letalidade de óbito sobre o total de casos prováveis está em 0,04%”, indicaram as autoridades brasileiras.
As autoridades insistem que a primazia do combate deve passar pela prevenção e pela eliminação dos criadouros do mosquito ‘Aedes aegypti’, mas, dado o aumento exponencial e recorde de casos, já foram enviadas para o sistema público 1.235.119 doses da vacina, que necessita de duas doses para ter graus elevados de eficácia.
“Diante da pouca oferta de doses por parte da fabricante, o foco segue na eliminação dos criadouros do mosquito”, reforçaram as autoridades brasileiras.
Do total de vacinas, 534.631 foram registadas como aplicadas, enquanto 700.488 ainda não foram registadas. A acrescentar, serão ainda distribuídas mais 930 mil doses para as cidades incluídas na lista de vacinação.
“Estamos mantendo o público entre 10 e 14 anos, que concentra a maior proporção de hospitalização pela doença e para o qual a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] autorizou a vacina. Lembramos que a vacina é importante, mas o nosso foco ainda é eliminar criadouros do mosquito e cuidar”, escreveu nas redes sociais, na quarta-feira, a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade Lima.
As autoridades brasileiras estão também numa corrida contra o tempo, já que existem 668 mil doses cujo prazo de validade está previsto para 30 de abril, 523 mil em junho, e 84 mil em julho.
Em conferência de imprensa, o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização (DPNI), Eder Gatti, frisou: “Não podemos deixar essas doses vencerem [o prazo de validade]”.
“Diante disso, o Ministério trouxe uma solução: redistribuir, dentro das unidades federadas, ou seja, dentro dos estados, para municípios que ainda não foram contemplados”, detalhou.
No final do primeiro mês do ano, quando ainda estavam registados apenas 217 mil casos prováveis de dengue, as autoridades de saúde do Brasil estimaram que os casos no país poderão variar entre 1.462.310 e 4.225.885 casos este ano.
“Caminha para o pior cenário”, resumiu na quarta-feira, em conferência de imprensa a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Os estados do Acre, Amapá, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e o Distrito Federal decretaram situação de emergência em saúde pública.
Entretanto há relativas boas notícias já que em Acre, Amapá e Amazonas, na Região Norte, Espírito Santo, Minas Gerais e grande parte da região do Centro Oeste brasileiro os casos “já chegaram no pico e estão a descer”, disse Ethel Maciel.
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