Os Serviços de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Algarve estão a participar num projeto de investigação relacionado com Doenças Transmitidas por Vetores que visa testar a tecnologia do Inseto Estéril (SIT) aplicada ao controlo de espécies invasoras de mosquitos.
Durante os meses de outubro e novembro, vários investigadores e profissionais dos Serviços de Saúde Pública da ARS Algarve vão monitorizar os mosquitos machos estéreis libertados com recurso a armadilhas e técnicas de aspiração para a validação de uma técnica de controlo de mosquitos ecológica.
O projeto, com uma duração prevista de dois anos (2022-2023), denomina-se Integração da Técnica do Inseto Estéril no controlo do mosquito vetor invasor Aedes albopictus em Portugal e é conduzido por investigadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
“A Técnica SIT, aplicada a mosquitos invasores e vetores de doença, é vista como uma componente de um programa para a gestão integrada de mosquitos vetores de doença e é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir a população destes mosquitos e prevenir o aparecimento de doenças”, explica a ARS Algarve em comunicado, acrescentando que a “Técnica SIT consiste em libertar mosquitos benéficos não picadores (machos estéreis) que, ao acasalarem com os mosquitos fêmeas de uma dada região, inviabilizam as novas gerações suprimindo assim a população de insetos”.
O Projeto SIT prevê a execução de Ensaios de Campo, designados por Mark-Release-Recapture – MRR – (Marcação-Libertação-Recaptura) que consistem na marcação com cor de mosquitos benéficos (não picadores estéreis) e a libertação destes mosquitos marcados na freguesia do Montenegro em Faro.
Este projeto decorre no âmbito da REde NAcional de VIgilância de VEtores (REVIVE), coordenada pelo INSA e em articulação com a Direção Geral da Saúde (DGS) e Administrações Regionais de Saúde (ARS), na qual a ARS Algarve participa desde 2006.
É financiado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e tem como região alvo o Algarve, concelho de Faro, onde o mosquito invasor Aedes albopictus foi detetado em 2017 e se encontra atualmente estabelecido.