Um estudo realizado por investigadores portugueses concluiu que os anticorpos contra a covid-19 diminuem de forma abrupta três meses depois da segunda dose da vacina.
Nesta investigação, onde participaram cerca de 4.000 profissionais de saúde, a redução da imunidade foi em média de mais de 80%.
O trabalho realizado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra concluiu que a redução de anticorpos não acontece da mesma maneira para todas as faixas etárias: os mais jovens apresentaram uma quantidade de anticorpos mais elevada, enquanto nos mais idosos a resposta foi descendo. Outro dado importante verificado é que a diminuição da imunidade foi mais suave nas pessoas que contraíram covid-19.
Entre homens e mulheres a resposta à vacina também é diferente, o estudo conclui que os homens registam menos anticorpos do que mulheres ao longo do tempo.
Os especialistas alertam, no entanto, que a produção de anticorpos é apenas um das frentes de batalha contra a doença. Mas apesar de existirem outros mecanismos de defesa contra a covid-19, a diminuição de anticorpos registada leva os responsáveis do estudo a apontar para a necessidade de uma terceira dose da vacina.
Os investigadores propõem ainda que esta terceira dose deve ser administrada por etapas. Em primeiro lugar os casos de risco, depois os que foram vacinados há mais de seis meses e, por fim, toda a população, independentemente da idade. Esta é a estratégia proposta para controlar os surtos e evitar a evolução para variantes mais agressivas do vírus.
Perda de imunidade é superior em quem não teve contacto com o vírus
O que surpreendeu os especialistas não foi a diminuição da imunidade, que é expectável nos casos de vacinação, mas sim a velocidade com que foi registada. Passados três meses da segunda toma da vacina, a descida de anticorpos é abrupta: uma queda superior a 80% quando comparada com o resultado ao final de 14 dias.
ANTICORPOS AO FINAL DE:
- ► 14 dias – 97,7%
- ► Três meses – 16,3%
A curva descendente continua ao fim de seis meses, embora já de forma menos acentuada, mas, ainda assim, para níveis que podem já não ser protetores contra a covid-19.
Conhecidos os resultados sobre a duração dos anticorpos, concluiu-se que a perda de imunidade é mais significativa em quem não teve contacto com o vírus anteriormente, nos homens e também nos mais velhos.
Os especialistas aconselham por isso uma terceira dose da vacina, começando pelos idosos e grupos de risco, para controlar os surtos e evitar a evolução para variantes mais agressivas do vírus.
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ESTUDO SEROLÓGICO NOS LARES DEVE ARRANCAR JÁ ESTE MÊS NO ALENTEJO E ALGARVE
O estudo promovido pelo Governo e conduzido pela Fundação Champalimaud e a Algarve Biomedical Center do Algarve quer comparar a imunidade dos idosos mais vulneráveis com a dos funcionários vacinados na mesma altura.
Os resultados vão ser apresentados em setembro e pretendem traçar um quadro sobre a duração dos efeitos da vacina nesta população.
Dados da DGS, divulgados na última quinta-feira, identificavam 53 surtos ativos em lares, o que representava mais de 800 casos de infeção.
Este sábado, o Ministério do Trabalho veio garantir que já foram vacinados 99% dos idosos nos lares e 97% dos funcionários. Ainda assim, esclarece que identificou mil idosos e 2.100 funcionários que ainda não estão vacinados, sendo que a esmagadora maioria teve covid-19 e, portanto, está a cumprir o período de 90 dias até poder ser vacinado.
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