A escolha entre o açúcar branco, amarelo ou mascavado tem sido tema de debate, muitas vezes com a crença de que o mascavado é mais saudável. Mas será essa a realidade? Qual é a melhor opção? Vale a pena analisar essa ideia à luz das evidências sugeridas pelo Viral.
O açúcar branco, também conhecido como sacarose, é obtido da cana-de-açúcar e passa por um processo de refinação que elimina grande parte das vitaminas e minerais presentes.
Já o açúcar amarelo é apenas parcialmente refinado, obtendo o seu tom amarelado devido à presença de melaço de cana.
Já o açúcar mascavado, por sua vez, é o açúcar extraído diretamente do sumo da cana, sem passar pelo processo de refinação. Embora contenha uma quantidade ligeiramente superior de vitaminas e minerais em comparação com os outros açúcares, essas diferenças são pouco relevantes do ponto de vista nutricional.
O açúcar mais saudável
O nutricionista Nuno Borges, membro da direção da Associação Portuguesa de Nutrição (APN), esclarece em declarações à fonte citada que o açúcar branco, amarelo e mascavado são compostos principalmente por sacarose e não apresentam diferenças nutricionais significativas entre si.
Conta ainda que o açúcar mascavado e o amarelo são menos refinados, contendo quantidades ligeiramente maiores de alguns minerais, como o cálcio. Estas diferenças, contudo, são de pouca relevância nas quantidades recomendadas de consumo.
O nutricionista sugere ainda que o consumo de açúcar deve ser limitado a 10% da ingestão diária de energia total, o que corresponde a cerca de 50 g para uma dieta de 2000 Kcal. O consumo excessivo de açúcar está associado a um maior risco de obesidade e diabetes, especialmente em contexto de excesso calórico.
Consumo em Portugal
De acordo com dados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF) de 2015-2016, 24,4% da população portuguesa consome mais de 10% de sua ingestão energética total em açúcares provenientes de alimentos como doces, refrigerantes, sumos de frutas, bolos, bolachas, cereais matinais e cereais infantis.
Significa isto que os portugueses excedem o limite máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS estabeleceu diretrizes a recomendar que adultos e crianças reduzam o consumo diário para menos de 10% da ingestão total de energia. Uma redução adicional para menos de 5% ou cerca de 25 gramas por dia oferece benefícios adicionais para a saúde.
Em Portugal, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) estabeleceu metas para reduzir a quantidade presente nos principais alimentos fornecedores de açúcar.
A escolha acaba por não ser determinante para a saúde, desde que o consumo total seja controlado e mantido dentro das diretrizes recomendadas.
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