Paulo Baptista é aos 39 anos o nome escolhido pelo PAN para liderar a candidatura do partido à Câmara de Faro.
O consultor imobiliário é assim o candidato a presidente da Câmara farense pelo partido que nas últimas eleições legislativas conseguiu um assento no Parlamento.
Sem ter termo de comparação com eleições autárquicas anteriores, onde o PAN não teve candidatos à Câmara da capital de distrito, a única comparação possível – sempre relativa dada a diferença entre ambos os actos eleitorais – é o resultado obtido pelo partido nas autárquicas de 2015 (2,05% – 630 votos).
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL(P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Paulo Baptista (PB): Candidato-me Câmara de Faro com o PAN – Pessoas-Animais-Natureza, pois é o partido que se define como um verdadeiro agente da evolução social na mudança de paradigma que se pretende e para que Faro seja um lugar melhor e mais justo para todos, sem excepções.
Acredito que a autarquia precisa de uma nova voz presente, que fale, e se preocupe com temas que até aqui têm sido pouco abordados e em alguns casos absolutamente negligenciados. Um pouco à imagem do extraordinário que o PAN tem realizado ao nível da Assembleia da República, que com apenas um deputado – entre 229 – tem desenvolvido um trabalho meritório e de fundamental importância em áreas como a natureza, social e claro, de protecção animal.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
PB: Há tanto por fazer em várias áreas. Podemos começar pela questão da poluição. Faro é uma das seis cidades mais poluídas de Portugal de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Este problema afeta directamente a qualidade de vida e saúde dos farenses e deve ser tratado com o máximo de responsabilidade e urgência. É tanto um problema global como local.
O PAN propõe a elaboração de um Plano de Adaptação às Alterações Climáticas que passará por reforçar as áreas da mobilidade suave, através da criação de redes de ciclovias e percursos pedonais, permitindo que cada vez mais pessoas possam circular livremente pela cidade sem o recurso à utilização do automóvel. Faro tem condições ótimas para circular a pé ou de bicicleta.
O município deve apostar forte nesta área e ao mesmo tempo reforçar os transportes públicos e trabalhar na descarbonização do concelho fazendo a transição para energias renováveis limpas nos edifícios públicos e renovando o seu parque automóvel, optando por veículos elétricos.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
PB: As medidas que o PAN propõe, são medidas de bom senso. Iremos trabalhar em medidas que possam aproximar os farenses dos processos de tomada de decisão autárquica. Faro teve 56% de abstenção. Não abordar esta questão é como ter um elefante em cima da mesa ao jantar, e não falar sobre ele.
Quando olhamos para a cidade, notamos que em muitos casos existe uma certa falta de capacidade para responder às necessidades primárias da população. É claro que o dinheiro, ou a falta dele, pode evitar a concretização de muitos projectos importantes, mas há problemas que podem ser resolvidos sem enormes investimentos.
Não se compreende o estado de abandono de algumas infra-estruturas, nomeadamente as zonas verdes, como o Passeio Ribeirinho, que tem todas as condições para ser um espaço onde as pessoas poderiam circular e estar em família, passear, fazer exercício, assistir a actividades culturais e muito mais e neste momento está totalmente negligenciado pela câmara, onde falta de segurança é também um problema grave.
Nas acessibilidades, para quem tem maiores dificuldades de movimento, como pessoas em cadeiras de rodas, cegos e idosos, Faro é uma cidade perigosa e repleta de armadilhas. A resolução deste problema, mais do que significar um enorme investimento, passa pela atenção que é dada a estes assuntos: os passeios que são curtos e descontinuados, que possuem declive desnecessário e as inúmeras passadeiras que não têm rampa. Estes exemplos acabam por ser um reflexo da importância que tem sido dada a estes temas. Assim considero que Faro está muito longe de seguir no rumo certo.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
PB: Faro não possui o obrigatório Centro de Recolha Oficial Animal (CROA). Um espaço essencial para responder às necessidades mais urgentes de animais em risco. É importante reduzir o número de animais na rua e isso deve ser feito através de campanhas regulares de esterilização, implementando de imediato, o sistema CER – Captura – Esterilização- Devolução. Esta e várias outras ações deverão ser coordenadas e monitorizadas pelo/a futuro/a Provedor do Animal. Alguém que se irá dedicar exclusivamente às questões relacionadas proteção e bem-estar animal, tanto de animais de companhia, como outros.
Temos que encontrar solução para os cavalos. Muitos continuam em regime de semi-abandono espalhados pela cidade. É difícil assistir a estas situações, que neste momento não têm solução válida.
Na Saúde propomos a criação de um gabinete da Saúde, queremos saber da parte dos utentes quais os problemas identificados nesta área. E com isso reforçar junto das entidades competentes –Administração Regional de Saúde e SNS – a defesa de um serviço que tem neste momento muitas falhas.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
PB: Certamente dar início à elaboração do Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas e no imediato trabalhar na resolução de alguns dos problemas já referidos, como o abandono e negligência dos espaços verdes, a própria limpeza da cidade e questões relacionadas com a mobilidade e acessibilidades.
A criação da figura de Provedor do Animal, irá colocar Faro no rumo certo no que toca à defesa dos interesses dos animais no Município. É fundamental optar por modelos mais próximos e cooperativos de fazer política dando voz ativa àqueles que não a têm. Sejam Pessoas, Animais ou Natureza. Isto para nós é extremamente importante.