A Comissão política distrital do PAN Algarve expôs recentemente à CCDR, APA, ICNF, entre outras organizações relevantes para a gestão ambiental na região e no país, soluções sustentáveis no que toca à tecnologia a ser usada na futura central de dessalinização do Algarve.
O partido afirma em comunicado que vai “questionar o ministério do ambiente, por intermédio da deputada e porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, para saber se o próprio ministério irá considerar alternativas de dessalinização com métodos tecnológicos que favoreçam a sustentabilidade ecológica, sem esquecer propósitos como a preservação dos ecossistemas locais”.
O PAN também refere existirem questões relacionadas com o subproduto salmoura, no qual deve também recair a maior atenção, pois tratando-se de um subproduto rico em diversos minerais que poderão ser extraídos e aproveitados comercialmente, estes devem ser tratados como uma matéria-prima e não como um resíduo ou uma externalidade.
“É do conhecimento público que está a ser preparada a instalação de uma central de dessalinização no Algarve, estando a escolha, ao que sabemos, a ser ponderada entre os municípios de Albufeira e de Lagos. Sendo o avanço da central de dessalinização uma inevitabilidade por parte do paradigma e vontades políticas atuais, é importante referir a existência de novas abordagens tecnológicas à dessalinização, como é o caso da dessalinização “offshore”, com zero emissões de CO2, zero eletricidade externa, zero ocupação terrestre e zero químicos”. afirma o PAN
Segundo o partido “também os métodos de filtragem estão a passar por novos avanços, existindo agora melhores e mais eficientes membranas de filtragem para osmose (um processo de movimentação da água através de uma membrana semipermeável, usado nas tecnologias de dessalinização) capazes de debitar cerca de 50% mais material filtrado, o que consequentemente reduz também drasticamente a quantidade de energia necessária para o processo”.
O PAN alerta que não podem “ser esquecidas outras intervenções ambientais que potenciem o reequilíbrio hidrológico da nossa região, como, por exemplo, o reforço de áreas florestais urbanas, a redução de zonas impermeabilizadas, a reutilização de águas residuais tratadas, a implementação de ‘paisagens de retenção de água’, a promoção da captura e utilização urbana de águas pluviais, a regeneração de áreas florestais (degradadas ou perdidas) com sistemas biodiversos ou uma regulamentação mais eficaz no que diz respeito ao licenciamento de grandes explorações monoculturais, procurando promover sempre que possível a implementação de sistemas pluriculturais complementares”.
“Nesta recomendação foi também referido o conceito NBS (Nature-based solutions – soluções baseadas na natureza) uma abordagem definida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) com o objetivo de criar networks e ações para proteger, gerenciar e restaurar ecossistemas naturais de forma sustentável, adotando uma perspetiva de que a valorização ambiental também pode ter retroativos económicos. Este alinhamento económico verde ajudará a atingir os objetivos de redução de emissões de carbono no planeta e as práticas NBS ajudarão a trazer mais clareza à tomada de decisões, não apenas ambientais, mas nas restantes dimensões em que atua. Nos dias 26, 27 e 28 de janeiro decorreu em Portimão um ciclo de conferências sobre as práticas NBS, cuja importância é bastante relevante para a região e para o país”, indicou Pedro Glória, membro suplente da Comissão Política Distrital do PAN de Faro, que acompanhou as conferências.
Saúl Rosa, comissário político do PAN Algarve acrescenta que “sendo a transição climática, (mitigação às alterações climáticas), uma diretriz do plano de recuperação e resiliência (PRR) é-nos natural que as medidas propostas por este plano, tenham que conter um cariz de sustentabilidade, sejam eles, energéticos, económicos, ou de outro âmbito das medidas-alvo do PRR”.
“O cariz de sustentabilidade a que nos referimos, é que as medidas para o Algarve e para o país, considerem o nosso património florestal, orla costeira, bem como toda a sua biodiversidade e os fragilizados ecossistemas que não podem ter outro destino, senão o da sua preservação. Esperamos que com esta recomendação às entidades responsáveis pela gestão do projeto da central de dessalinização, considerem as vias mais sustentáveis possíveis para a construção e funcionamento da mesma. É necessário que os Algarvios e Algarvias sintam que novas medidas na região sirvam para resolver problemas, e não para criar novos”, afirma o comissário político.
“Esperamos que com esta recomendação às entidades responsáveis pela gestão do projeto da central de dessalinização, considerem as vias mais sustentáveis possíveis para a construção e funcionamento da mesma. É necessário que os Algarvios e Algarvias sintam que novas medidas na região sirvam para resolver problemas, e não para criar novos”, conclui Saúl Rosa.