O objetivo do BE nas legislativas é reforçar-se como terceira força política e depois poder negociar com o PS uma solução, tendo prevista uma campanha focada nos distritos onde elegeu deputados e adaptada novamente à atual situação pandémica.
As eleições legislativas de 30 de janeiro serão as terceiras disputadas em período pandémico em Portugal e, de novo, o BE desenhou uma campanha eleitoral com essa variante em consideração.
Sem almoços ou jantares e comprometendo-se a cumprir as regras sanitárias em cada uma das iniciativas, desde logo o uso da máscara e higienização das mãos, bem como a testagem regular da equipa bloquista que estará na caravana, foram algumas das decisões tomadas pelo BE para esta campanha que terá contactos com a população, comícios e visitas temáticas em torno dos temas centrais do partido para estas eleições como a saúde, educação, trabalho e clima.
Depois de em 2019 se terem confirmado como terceiro partido mais votado e mantido os 19 deputados que tinham elegido em 2015, a meta do BE para este ato eleitoral passa por ser a terceira força política “renovada e reforçada”, como tem dito a líder do partido, Catarina Martins.
O resultado eleitoral da noite de 30 de janeiro é importante para o partido para “o dia seguinte”, ou seja, para se sentarem à mesa de negociações com o PS de António Costa, com quem as relações ficaram tensas e distantes desde o chumbo do Orçamento do Estado que precipitou estas eleições.
Depois dos debates que a coordenadora do BE teve com os diferentes líderes partidários, a caravana bloquista parte para a estrada este fim de semana e escolheu para domingo, o primeiro dia oficial, um tema muito caro ao partido: o imposto de selo pela venda de barragens que acusam a EDP de não ter pagado.
O arranque da campanha será em Miranda do Douro, distrito de Bragança, com uma sessão intitulada “A borla das barragens contra a economia do privilégio” e que contará com a presença de Catarina Martins, da deputada Mariana Mortágua e de representantes do Movimento Cultural da Terra de Miranda.
O périplo continua pelo interior nos dias seguintes – Viseu e Fundão -, mas depois o foco será nos distritos mais urbanos e mais populosos, pelos quais o BE consegue eleger deputados.
Lisboa, Porto, Setúbal, Braga, Aveiro, Coimbra, Santarém, Faro e Leiria são os distritos por onde irá passar a caravana do BE no período oficial de campanha, precisamente aqueles em que o partido conseguiu eleger os seus 19 deputados em 2019, tendo então conseguido 9,52%, com 500.017 votos.
Como tem vindo a ser tradição, o encerramento da campanha do BE é no Porto, círculo eleitoral pelo qual a cabeça de lista volta a ser precisamente Catarina Martins.
Dos 22 círculos eleitorais, o BE decidiu repetir 10 cabeças de lista que tinha apresentado nas eleições legislativas de 2019.
Entre as mesmas apostas estão ainda Mariana Mortágua (Lisboa), José Manuel Pureza (Coimbra), Moisés Ferreira (Aveiro), Joana Mortágua (Setúbal), José Maria Cardoso (Braga), Ricardo Vicente (Leiria) e Fabíola Cardoso (Santarém), distritos pelos quais estes candidatos são já deputados da Assembleia da República.