O presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, disse ao Postal que “espera para ver” se o anunciado recomeço das obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125, vão ditar ou não “a existência de algarvios de primeira e de segunda”.
As palavras do autarca tavirense são uma reacção às declarações do secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, feito na quarta-feira da passada semana em Faro, de que “a concessionária do Algarve Litoral deverá apresentar até ao final do mês à Estradas de Portugal (EP) um plano para recomeçar as obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125”, como o Postal noticiou (VER).
A renegociação da contrato da subconcessão Algarve Litoral ditou a saída do âmbito da parceria público-privada (PPP) dos troços que integravam a PPP original e que se encontram nas áreas dos concelhos de Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António.
Ainda de acordo com o secretário de Estado Sérgio Silva Monteiro, a realização das obras nos troços da EN 125 que ficaram de fora do novo contrato deverão ser executadas pela EP, seguindo um calendário idêntico ao da concessão, para que ambas estejam terminadas na mesma altura e não haja “diferenças de tratamento entre algarvios”.
As dúvidas de Jorge Botelho
Jorge Botelho afirmou ao Postal que tem “algumas reservas sobre a simultaneidade das obras na área abrangida actualmente pela PPP e na área que passa a ser responsabilidade da Estradas de Portugal”.
“Não achei e continuo a não achar bem que na renegociação da PPP os concelhos de Olhão Tavira e Vila Real tivessem ficado de fora da concessão”, refere o autarca, justificando que “nós nestes concelhos também pagamos portagens como no resto do Algarve e também contribuímos para o pagamento da PPP, mas fomos remetidos para um modelo diferente no que toca à requalificação da EN 125”.
“A primeira coisa que o senhor secretário de Estado terá que nos dizer é quando é que começam efectivamente as obras”, sublinha Jorge Botelho, recordando que o titular do Governo “apenas disse que ainda durante este mês as Estradas de Portugal seriam informadas pela concessionária da PPP dos calendários para as obras”.
“Eu espero que seja efectivamente assim, porque estas obras são urgentíssimas e não são de hoje, são de ontem” reforça o presidente da AMAL.
“E já agora [continua Jorge Botelho], que se criaram dois sistemas de gestão da requalificação da mais importante via longitudinal do Algarve, que nos digam também qual a data em que as obras arrancam nos concelhos que ficam de fora da PPP”.
Para o autarca tavirense “obviamente não podemos aceitar que haja uma grande discrepância entre os dois arranques das obras”. “Isto parece-me basilar”, reforça o edil de Tavira que afirma, concluindo, que “se se verificar a simultaneidade será positivo, se não o que se verifica é que haverá algarvios de primeira e de segunda” .