A aposta feita em 2013 pelo PS num dos rostos mais conhecidos do partido no Algarve para vencer a Câmara de Portimão numa altura particularmente difícil foi ganha.
António Eusébio, líder dos socialistas no Algarve, não hesitou em repetir a receita e Isilda Gomes, professora, é novamente a cara do PS nestas autárquicas.
À frente de uma Câmara manietada pela dívida colossal que os autarcas do PS lhe deixaram – a Câmara é governada por socialistas desde 1976 – a política de 66 anos aposta na obra feita, em particular na gestão, para pedir aos portimonenses novo voto de confiança.
Conheça o que Isilda Gomes pensa sobre estas autárquicas e sobre o concelho a que preside nas respostas que deua às questões do POSTAL.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Isilda Gomes (IG): Candidato-me depois de uma profunda reflexão sobre o desempenho dos últimos quatro anos. O Partido Socialista e eu própria chegámos à conclusão que, apesar de todas as dificuldades e dos enormes constrangimentos que enfrentámos, foi possível inverter o estado de declínio em que o município se encontrava.
Penso que hoje é unânime que Portimão está muito melhor do que há quatro anos atrás, mas também me candidato porque existem um conjunto de projetos futuros que só depois de termos equilibrado as contas da autarquia vai ser possível concretizar.
Foram quatro anos de enorme exigência quer a nível político quer a nível pessoal, gerir um município nas condições em que o fizemos é uma tarefa hercúlea. Fizemo-lo sem o contributo da oposição que preferiu sempre estar do lado dos problemas em vez de estar do lado das soluções. São opções que também devem ser julgadas pelos portimonenses.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
IG: O primeiro dos grandes problemas é, sem sombra de dúvida, a degradação do espaço público. Ao longo dos últimos anos não foi possível investir nesta área fruto de uma lei dos compromissos cega que não permitia qualquer despesa. Torna-se agora urgente recuperarmos o orgulho dos portimonenses na sua cidade.
Em segundo lugar identificaria a falta de amplos espaços verdes que permitam a fruição por parte das famílias, por último identificaria alguns constrangimentos na área da mobilidade e do estacionamento que serão necessariamente alvo da ação do novo executivo. Urge, só a título de exemplo, criar novas condições de circulação na entrada da cidade.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
IG: Estou absolutamente convicta de que assim é. Quando ganhei as eleições há 4 anos com maioria relativa, chamei todos os vereadores da oposição e propus-lhes um pacto de regime. A gravidade da situação e o meu sentido de responsabilidade a isso me obrigava. Tirando o Vereador Pedro Xavier todos os outros recusaram a responsabilidade de governarem Portimão. Demitiram-se das suas responsabilidades quando a sua terra mais deles precisava. Presumo que se soubessem o que hoje sabem teriam tido uma opção diferente, mas é nos momentos difíceis que se vê o grau de compromisso de quem está para construir ou de quem apenas serve para criticar.
A experiencia dos últimos 4 anos deu-nos uma bagagem e uma experiência que estou certa será reconhecida e valorizada pelos portimonenses. É esta experiência que me deixa tranquila relativamente às outras candidaturas.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
IG: Não vou comentar as propostas das outras candidaturas. Construí o meu programa eleitoral ouvindo as pessoas, dinamizámos um conjunto de reuniões em que debatemos, quase bairro a bairro, as necessidades mais prementes das populações. Reuni um conjunto alargado de pessoas das mais variadas proveniências políticas e profissionais que deram o seu contributo enriquecendo o nosso programa.
Como sempre disse não prometo o que não posso cumprir e o programa aprovado pelo PS reflete isso mesmo – propostas concretas que estão devidamente enquadradas nas disponibilidades financeiras da autarquia nos próximos quatro anos.
Destaco, pelo seu impacto direto na vida, da cidade três intervenções que me parecem simbolizar a revolução que queremos fazer. A criação de uma ampla zona verde no terreno entre a ESMTG e o mercado, o resgate das concessões de estacionamento tarifado na cidade e a criação de uma nova via que permita melhorar o trânsito na entrada de Portimão pela ponte velha.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
IG: A primeira medida visa dar resposta à minha preocupação com a degradação do espaço público. Para isso, proponho a reorganização dos serviços municipais com a criação de uma brigada de intervenção rápida que terá como objectivo dar uma resposta em 24 horas às reclamações dos munícipes, se queremos uma cidade cuidada teremos de ser ambiciosos e não permitir um poste caído ou um buraco no passeio que ponha e causa a segurança dos transeuntes.
Por outro lado, apostaremos na dinamização económica do município criando uma unidade de missão pluridisciplinar com vista à captação de investimento. Tenho recebido diversos empresários com vontade de investir na nossa terra, teremos de criar os instrumentos para que essa vontade se concretize rapidamente com a respetiva criação de postos de trabalho.
Devolvemos a credibilidade à autarquia o que é muito importante para quem quer investir, teremos agora de ir mais longe com a criação de incentivos às novas empresas.