A cabeça de lista do PS no distrito de Faro, Jamila Madeira, assumiu ontem em Loulé que um dos desafios para os próximos quatro anos é o lançamento do Hospital Central e Universitário do Algarve.
“É preciso assumir o papel que o Hospital Central e Universitário fará para que, claramente, mais [médicos] fiquem na região, mais se estabeleçam, mais se sintam agarrados a ficar nesta região, escolhendo-a como sua. E, por isso, esse é um dos desafios que nós queremos para os próximos quatro anos: lançar o Hospital Central e Universitário do Algarve”, afirmou à Lusa, aludindo à falta de médicos na região.
Enquanto primeiro-ministro, José Sócrates chegou, em 2008, a fazer o lançamento da primeira pedra do Hospital Central do Algarve, previsto para o Parque das Cidades, entre Faro e Loulé, mas o projeto nunca saiu da gaveta.
A cabeça de lista do PS pelo distrito de Faro, que discursava no segundo comício do PS desde o início da campanha eleitoral, sublinhou que neste âmbito, o PSD “é absolutamente claro e transparente”, já que no seu programa eleitoral “defende a competição entre o público e o privado”, o que significa que “volta a anunciar a drenagem” de recursos públicos .
“É aquilo que Arlindo Cunha e Cavaco Silva tinham colocado na lei de bases que nós revogámos antes de terminar esta legislatura para retirar esta premissa”, referiu, frisando que o PS “não quer o Estado a mobilizar os recursos públicos para o privado”, mas sim “investidos no público e a serem valorizados e estimados”.
Jamila Madeira aludiu ainda ao caso da maternidade do hospital de Portimão, cujo fecho, defendeu, chegou a estar iminente no tempo do Governo PSD, mas que se mantém aberta, apesar das “dificuldades” e, até hoje, desde 2015, já nasceram ali mais 7.000 crianças.
“O que o PSD dizia, aliás, perante todas as dificuldades diz, era que perante as dificuldades feche-se, perante as dificuldades privatize-se. Mas não, nunca cedemos ao populismo nestes quatro anos”, frisou a vice-presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República.
O presidente da Câmara de Loulé, o socialista Vítor Aleixo, aproveitou a sua intervenção para elogiar António Costa, por manter “as contas do país equilibradas”, através de um exercício “extremamente difícil”, numa altura em que já “é possível voltar a ter esperança e projetos” .
Referindo-se àquele que é um dos concelhos mais populosos do Algarve como a “terra talismã”, nos últimos anos, para o PS, Vítor Aleixo manifestou a certeza de que o partido vai ter “uma votação muito superior” à de 2015, com mais deputados do PS no Parlamento.
Numa curta intervenção, o poeta Nuno Júdice invocou a história de Brites de Almeida, conhecida como Padeira de Aljubarrota, estabelecendo um paralelismo com o Governo de António Costa, que com uma “pá tirou do forno o pão dos rendimentos, o emprego, para matar a descrença no futuro, o pessimismo e o desespero que levou tantos a emigrar”.
Para Nuno Júdice, António Costa, com o seu otimismo e confiança, conseguiu uma “transformação que parecia impossível”, em que “o país do desalento e da descrença” se converteu numa “sociedade otimista”, caminho que deve ser continuado “para não haver diabos nem retrocessos”.
(CM)