O engenheiro electrotécnico António Mendonça volta, uma vez mais, a ser o candidato ao lugar de presidente da Câmara da capital de distrito pela candidatura da coligação CDU, que une PCP e PEV.
António Manuel Dias Mendonça, actualmente com 69 anos, conseguiu em 2013 integrar o executivo da Câmara alcançando assim a formação política um mandato na vereação.
De entre as muitas intervenções do vereador comunistas nas reuniões de Câmara a temática da habitação social e a custos controlados tem sido uma das bandeiras políticas da sua actividade enquanto vereador da oposição.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
Postal (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
António Mendonça (AM): No actual mandato autárquico de 2013-2017 tenho vindo a exercer o cargo de vereador da Câmara como eleito da CDU. Nas eleições autárquicas de 2013, a recuperação de um vereador da CDU na Câmara, assim como termos tido mais votos e mais eleitos e termos mantido a maioria absoluta na freguesia de Santa Bárbara de Nexe, foi um resultado importante para aumentar a capacidade de intervenção da CDU na resolução dos problemas de Faro e dos farenses e no combate às políticas de direita do PPD/PSD e do CDS-PP no plano do poder local.
Quando a Comissão Coordenadora de Faro da CDU entendeu convidar-me para voltar a encabeçar a lista da CDU concorrente à Câmara, senti-me honrado pelo convite e foi com agrado que o aceitei, disponibilizando-me, com muita motivação e vontade política, para prosseguir a luta pela concretização do projecto autárquico da CDU para Faro.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
AM: Falta habitação em Faro a custos compatíveis com os rendimentos das pessoas e das famílias, em particular habitação cooperativa e social, como outras gerações de farenses já tiveram durante vários anos, depois do 25 de Abril. Precisamos de erradicar as barracas e cuidar dos que vivem sem um tecto que os abrigue. Toda a comunidade farense deve empenhar-se na integração progressiva de tantos seres humanos a viver em situação de precariedade extrema, integração que se deseja não guetizada, a concretizar em ambiente de respeito pela multiculturalidade, e com forte cariz social e económico.
Todo o espaço público municipal – na cidade, nas aldeias e nos pequenos aglomerados urbanos -, assim como todas as estradas e caminhos municipais, tantos anos sem investimento e sem manutenção suficientes, revelam incúria excessiva, até mesmo demasiado desmazelo, da parte de quem tem estado à frente da Câmara de Faro nos últimos anos.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
AM: O projecto autárquico da CDU é um projecto de equipas, lideranças e muito trabalho colectivo, que se pauta por uma gestão e aplicação de recursos ao serviço das populações, em estreita ligação a elas e contando com a sua participação na resolução dos problemas que as afectam.
A esta gestão que desejamos fortemente participada – um dos pilares essenciais do Poder Local Democrático -, acrescentamos o modo como na CDU julgamos dever assumir as responsabilidades autárquicas que contraímos com os eleitores. Isto é, os comportamentos, as atitudes e os desempenhos dos eleitos da CDU vão continuar a pautar-se pelas nossas três grandes referências, das quais não abdicamos, nem pretendemos ter o exclusivo: trabalho, honestidade e competência.
Como primeiro candidato da lista da CDU para a Câmara de Faro estou naturalmente convicto que esta candidatura e este projecto autárquico da CDU são a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara de Faro.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
AM: A CDU conta com a força de trabalho autárquica. Formar, qualificar, reconhecer, motivar e remunerar com justiça esses trabalhadores será o lema da CDU.
Manteremos a luta pela reposição das freguesias da Sé, São Pedro, Conceição e Estoi, pondo fim às duas Uniões de Freguesias que nos foram impostas.
A reabilitação urbana para habitação social, orçamentada em 2016 e em 2017 por iniciativa da CDU, tem de arrancar. Adquirir e reabilitar habitações, de modo disperso na cidade e no concelho, para arrendar como habitação social contribui simultaneamente para a reabilitação do edificado e para a não guetização de pessoas e famílias.
Sob o lema Viver e Produzir na Ria Formosa, manter-nos-emos firmes na luta contra as demolições nas ilhas barreira e na península do Ancão.
Os governantes, os autarcas farenses e os interesses privados que aí detenham propriedades ou concessões, têm de acordar um programa de intervenção urgente na enorme lixeira em que está transformada a maior parte da imensa frente ribeirinha de Faro.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
AM: Uma vez instalados todos os órgãos autárquicos do concelho de Faro para o mandato de 2017-2021, abriríamos de imediato dois importantes processos de diálogo e negociação:
– Na Câmara, com todos os vereadores eleitos das outras listas candidatas, procuraríamos construir as bases de intervenção e entendimento que, no exercício dos seus mandatos de vereadores, pudessem potenciar, complementar, valorizar ou melhorar a execução do programa da CDU.
– Na relação da Câmara com todas as Juntas de Freguesia, aprofundaríamos, em função da maior proximidade das Juntas de Freguesia aos eleitos, todas as possibilidades de transferir para elas mais competências, meios e poder de decisão, de modo a que execução das contratualizações inter-administrativas que viessem a ser estabelecidas, nas áreas em que as Juntas de Freguesia podem fazer mais, melhor e mais depressa, constituísse um factor importante de melhoria geral do concelho de Faro.