Francisco Keil do Amaral é o homem que a CDU escolheu para defrontar Vítor Guerreiro na Câmara de São Brás de Alportel.
Habituado já às lides autárquicas no concelho a aposta do candidato é de conseguir acabar com bipartidarismo na vereação do mais recente concelho algarvio.
Trabalho, honestidade e competência são os motes desta candidatura da coligação que junta PCP e PEV.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
Postal (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Francisco Keil Amaral (FKA): A CDU tem, desde sempre, demonstrado ser a voz activa, crítica e construtiva na vida do concelho e daí fazer sentido apresentar sempre candidaturas aos seus órgãos de gestão autárquica. Por essa razão, é evidente que temos como objectivo colocar um elemento no executivo camarário, pois só dessa forma se conseguirá incorporar a diferença de postura na gestão camarária, e quebrar a bipartidarismo entre o PS e PSD, reforçando a CDU enquanto força portadora de uma política que valoriza os trabalhadores do Município, os serviços públicos da autarquia, o aparelho produtivo e a diversificação da actividade económica de acordo com as características e potencialidades do concelho.
É importante que os Sambrasenses percebam que serão eles quem ganhará com isso.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
FKA: No que respeita à responsabilidade da gestão camarária, essencialmente, uma indefinição acerca do que se pretende, num futuro alargado, para o concelho.
Sobre o território concelhio, é preocupante o processo de despovoamento do interior e de “falência” das opções de sustento das populações que ali ainda residem. É importante que a Câmara dê mais atenção a este grupo de Sambrasenses que, no fundo, criaram a identidade do concelho, e que importa preservar.
A vila tem, desde há algum tempo, demonstrado uma tendência para ser um dormitório e há que repensar esse modelo de “crescimento”, mas a Câmara tem sido cúmplice nesse fenómeno, através de um facilitismo preocupante, no crescimento urbano.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara, porquê?
FKA: Seria presunção afirmar que é a melhor opção, mas podemos dizer que é a opção segura, desinteressada e trará vantagens no funcionamento e transparência à gestão camarária.
Os lemas da CDU, “Trabalho, Honestidade e Competência” não são meras palavras de campanha e a demonstrá-lo estão os muitos exemplos de autarquias geridas por esta força política ou em que ela tem uma voz activa.
Localmente, para quem esteja mais atento, isso já se verifica, através na nossa participação na Assembleia Municipal. Queremos agora expandir esse exercício, de que todos os Sambrasenses têm saído beneficiados, à Câmara.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
FKA: A principal será quase como que um “chavão”: não estamos agarrados ao poder! Isso dá-nos a liberdade e independência para podermos analisar as situações e lutar pelas soluções, sem estarmos comprometidos com poderes económicos e interesses que não podem interferir na gestão de uma autarquia e do futuro dos munícipes. Resultará numa postura distinta.
Outra será uma maior preocupação com a componente humana de um concelho que ganhou direito a ser único, há pouco mais de um século, e que não tem tido esse reconhecimento. Tem-se vivido numa política de fachada, que muitas vezes agrada à população – daí também ser chamar de “populismo” – mas que não resolve os problemas básicos: saúde, apoio social, vida com dignidade, e salvaguarda de direitos essenciais.
Podemos ainda referir que pretendemos que a Câmara Municipal exista para servir os munícipes e não para se auto-sustentar.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
FKA: 1- Aproveitar o lamentável atraso no processo de revisão do PDM e iniciar uma ampla discussão sobre a estratégia de desenvolvimento para o concelho, que deverá enquadrar as consequentes decisões sobre o futuro do interior do concelho, o crescimento dos núcleos urbanos, as obras estruturantes, e as apostas nas vias do crescimento económico.
2 – Avaliar com profundidade os mecanismos possíveis para garantir maiores apoios aos munícipes, que podem começar logo por penalizá-los menos do que são actualmente, de modo a que se recupere o sentimento de que vale a pena viver em S. Brás de Alportel, quer na vila quer em ambiente rural. Há também serviços camarários que podem ser melhorados com este objectivo, nomeadamente o transporte no interior do concelho.