Colocar a regionalização na agenda política já durante a próxima legislatura e preparar um programa de intervenção para o desenvolvimento do Algarve são alguns dos objectivos da União pelo Futuro do Algarve, na passada quarta-feira apresentada em Faro.
A associação cívica Algfuturo, com abrangência regional e que congrega pessoas de diferentes sectores de actividade, tem o antigo presidente da Câmara de Faro José Vitorino como um dos 32 membros fundadores, que integram a comissão instaladora.
Em declarações à Lusa, José Vitorino excluiu a hipótese de a união ser a plataforma para uma candidatura às próximas eleições autárquicas, frisando que “não existem” candidaturas de âmbito regional e que o objectivo da associação é defender o Algarve.
“Assumimo-nos como os guardiões da defesa da região junto dos agentes do poder e não como candidatos a ter ou a disputar poder”, sublinhou, acrescentando que a associação quer sensibilizar os candidatos às legislativas que se realizam este ano para os problemas da região.
Segundo José Vitorino, a Algfuturo propõe procurar que na próxima legislatura se dê “um passo em frente” na regionalização, uma vez que os presidentes da república se sucedem e “não há nenhum que faça nada” nesse sentido.
Estudo aponta para uma região com um enorme potencial
Para resolver os “dramas estruturais” do Algarve, nomeadamente o forte desemprego, a pobreza e a desertificação do interior, o ex-autarca sugere ainda que seja preparado um Programa de Intervenção para a Regeneração e Desenvolvimento do Algarve (PIRDA).
Durante a cerimónia de apresentação da União Algfuturo foram ainda divulgadas as conclusões de um estudo que aponta para uma região com um “enorme potencial”, em simultâneo com “tendências económico-sociais recessivas e vacilantes”.
De acordo com o estudo, a região apresenta desequilíbrios “num dos graus mais elevados do país”, encontrando-se “anémica e estrangulada por falta de políticas estratégicas adequadas” nas últimas décadas.
A região tem ainda sido “severamente e injustamente prejudicada na atribuição de fundos comunitários”, pelo que é necessário resgatar “cerca de 700 milhões” de fundos estruturais.
José Vitorino candidatou-se como independente à Câmara de Faro, nas últimas eleições autárquicas, em Outubro de 2013, mas não conseguiu alcançar nenhum mandato no executivo liderado pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM.
(Agência Lusa)