É sobretudo no Algarve e nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto que estão concentradas as 46 autarquias onde mais de metade dos eleitores não foi votar nas Autárquicas deste domingo.
Sintra teve a abstenção mais alta do país e da sua história em eleições locais (59,9%), não muito distante de Loulé (59,3%), Olhão (59,1%), Moita (57,9%), Amadora (57,3%), Cascais (55,5%), Loures (51,7%), Porto (51,2%) ou Lisboa (49,1%), segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
No extremo oposto, está o Corvo (20,6%), com a percentagem mais baixa, além de Castelo de Paiva e Freixo de Espada à Cinta (22,2%) ou Lajes das Flores (22,7%), Crato e Arronches (22,8%).
MAPA DA ABSTENÇÃO
AÇORES
MADEIRA
Onze das 66 autarquias que mudaram de partido este ano registaram um valor de abstenção acima da média nacional (46,3%), mas em alguns casos o cenário é semelhante ao que registavam em eleições anteriores. Lisboa, por exemplo, com 49,1% de abstenção, não se distanciou muito longe dos 48,8% das autárquicas de 2017 e ficou abaixo dos 54,9% de 2013.
Entre as câmaras que mudaram de partido, só seis atingiram recordes de abstenção este ano. É o caso de Águeda (47,2%) que passou de independentes para o PSD; Alpiarça (40,4%), Loures (51,7%) e Vila Viçosa (35,6%) que o PS conquistou à CDU; além de Espinho (44,7%), ganho pelo PS ao PSD; e Estremoz (40,6%), que passou de independentes para os socialistas. É de sublinhar que Alpiarça, Loures e Vila Viçosa são três das sete câmaras que a CDU perdeu.
HISTÓRICO DA ABSTENÇÃO EM ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
A nível nacional, a abstenção é de 46,35%, o segundo valor mais alto desde as primeiras eleições autárquicas em 1976, apurado esta segunda-feira. Três quatros dos concelhos tiveram uma abstenção abaixo da média e os restantes 76 ficaram acima dessa percentagem.
A evolução histórica da abstenção nestas eleições mostra que 58 concelhos registaram este ano a taxa mais alta de sempre. Entre eles, estão Sintra, Loulé, Matosinhos (54%), Vila Nova de Gaia (52,3%), Loures (51,7%), Ferreira do Alentejo (43%) ou Beja (43,7%).
Há também autarquias que, apesar de manterem taxas de participação elevadas, registaram este ano um recorde na sua taxa de abstenção desde as primeiras autárquicas há 45 anos. É o caso de autarquias no Alentejo como Vila Viçosa (35,6%), Monforte (29,8%), Fronteira (28,8%) e Avis (29,1%). Este último concelho foi o que, historicamente, teve a taxa de abstenção mais baixa de sempre: 7,4% em 1979.
Olhando para o histórico das eleições autárquicas, Corvo, Avis, Fronteira, Sousel e Barrancos são os concelhos com os níveis mais baixos de abstenção. Pelo contrário, Constância registou a taxa mais alta de sempre (63,3%) em 1976. Nas eleições anteriores, em 2017, Albufeira destacou-se pela percentagem de pessoas que não foram votar (60,7%), ao contrário de Barrancos, que registou a taxa mais baixa (19,1%). Ponta Delgada, Odivelas, Lagoa (Madeira), Palmela e Cascais tiveram, em média, as abstenções mais altas entre 1976 e 2017.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso