Estamos a poucos dias de saber a decisão da Consulta Pública deste empreendimento. Recordamos que só está previsto entrar em funcionamento em 2026.
Realçamos que irá fornecer apenas cerca de 20% do actual “consumo urbano” de água, consumo este que está com perdas, nos sistemas em baixa de +- 30% responsabilidade das autarquias e da quase totalidade + de 90% dos efluentes nas ETARs responsabilidade das Águas do Algarve. Ambas 40 % e + de 90% representam quase 3x o volume que a Dessalinizadora irá fornecer.
Estas quantidades não são despiciendas e devem ser onde apostar no futuro panorama da utilização da água no Algarve, quer no consumo urbano, quer até na agricultura.
Damos nota, ainda de alguns impactos real ou potencialmente negativos desta central:
- na prevista “Àrea Marinha Protegida da Pedra do Valado” que lhe ficará próxima pela:
- libertação da salmoura, resultante da actividade da central;
- captura por aspersão de água salgada, de peixes juvenis.
- altamente consumidora de energia, sendo desta 80% de origem fóssil. É altamente deficitária em energia, só produzindo 20% das suas necessidades. Esta situação, implicará directamente no acréscimo dos preços da água ao consumidor;
- perda irreversível para o Algarve de mais área significativa de Reserva Agrícola Nacional RAN na chamada “Várzea de Quarteira”.
- a prevista mineralização da água dessalinizada é discutivelmente, necessária e tem custos ambientais e monetários.
Com efeito, porque esta água dessalinizada, vai misturar-se, com água naturalmente mineralizada, dispensaria esta “junção” de minerais. Além disso, esta água destina-se a consumos que dispensam minerais banhos, autoclismo, etc e que representam mais de 90% desse consumo. Até 2026, como vai ser?
Vimos que:
- dispomos de água armazenada para poucos meses;
- não está a chover nem se prevê que chova nas quantidades necessárias ;
- não estamos a poupar, como a situação exigiria .
Que fazer?
POUPAR, POUPAR, POUPAR…
Como fazê-lo?
Terminar ou reduzir ao mínimo, os consumos de espaços verdes municipais, privados e outros.
REDUÇÃO da PRESSÃO de fornecimento, onde tal fôr possível nos sistemas em baixa. Recordamos que tal é da responsabilidade das autarquias e não deve ser difícil implementá-lo para as poupanças, que poderá proporcionar.
- REDUÇÃO DA PRESSÃO DE FUNCIONAMENTO nos domicílios. Faz-se com equipamentos adequados válvulas reguladoras de pressão que devem ser aplicados maciçamente nos contadores de cada domicílio e a estes disponibilizado de forma gratuita pelas entidades.
Que haja bom senso em quem gere esta problemática a que já ouvimos recentemente apelidar de próxima “Crise da Água”, no sentido de a evitar ou atenuar.
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