Ao longo dos últimos anos, os hábitos de pagamento dos portugueses sofreram transformações significativas devido a mudanças socioeconómicas, avanços tecnológicos e novas preferências dos consumidores. Se, no passado, os métodos mais utilizados eram o numerário e os cheques, nos dias de hoje, também devido à evolução tecnológica, emergiram novas formas como os cartões de débito e crédito, transferências bancárias e pagamentos digitais.
Neste aspeto, os portugueses têm-se destacado como utilizadores ávidos de novas tecnologias, demonstrando um entusiasmo por inovações que facilitem a sua vida quotidiana. No entanto, segundo um estudo da Nickel realizado em parceria com a DATA E, cerca de 25% da população nacional utiliza numerário para pagamentos do dia a dia e 90% ainda realizam depósitos bancários. Isto demonstra que, apesar do desenvolvimento tecnológico sentido nos últimos anos, o dinheiro físico continua a desempenhar um papel fundamental na gestão financeira dos portugueses.
Aliás, estes dados tornam-se ainda mais interessantes quando analisados a nível regional, com a região do Algarve a destacar-se pela sua singularidade na preferência por métodos tradicionais ligados ao numerário.
Talvez um dos dados mais curiosos seja a percentagem de depósitos bancários efetuados no Algarve, que possui o número mais elevado deste tipo de operação a nível nacional. Existe uma clara tendência da região para a escolha de métodos tradicionais, com 60% dos inquiridos a valorizarem a possibilidade de fazerem depósitos bancários e 67,5% a afirmarem que a credibilidade da instituição financeira é fundamental no seu processo de decisão.
Outra característica distintiva do Algarve, conforme dados deste estudo, é a valorização da proximidade dos balcões bancários da residência ou trabalho dos inquiridos. Numa era que está cada vez mais a ficar marcada pela evolução tecnológica, onde muitas operações podem ser realizadas através de ferramentas digitais ou de sistemas que possibilitam uma integração de soluções, é possível observar que a comunidade do sul do país continua a valorizar a presença física das instituições financeiras e a sua proximidade. O atendimento presencial continua a ser um aspeto insubstituível, especialmente para uma faixa etária mais envelhecida que dá ainda muita importância às interações pessoais.
Consequentemente, o Algarve é também a região que mais valoriza a realização de operações bancárias através de lojas de comércio local onde é possível fazer transações e pagamentos com o acompanhamento de intermediários devidamente formados. Esta preferência reflete uma integração harmoniosa entre o setor bancário e o comércio local, criando benefícios significativos para toda a população, especialmente em zonas onde o acesso a serviços financeiros é limitado. Para além disso, o próprio comércio local acaba por ser parte integrante da comunidade, contribuindo para o desenvolvimento económico da região.
Assim, o Algarve exemplifica a importância que as infraestruturas financeiras têm na economia local, através da utilização eficaz de métodos tradicionais com serviços adaptados às necessidades de todos os segmentos da população. Aliás, este poderá ser um dos motivos para o sucesso da região: ter como garantia o acesso a serviços financeiros básicos e de fácil utilização numa economia que se quer cada vez mais inclusiva e equitativa.
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