Assim, o topo da ficção foi ocupado, quase em absoluto, por escritores anglo-saxónicos (ingleses e norte-americanos), apenas quebrado pela islandesa Yrsa Sigurdardóttir, (“O silêncio do mar”), e por três escritores do universo cultural latino-americano, a uruguaia Carmen Posadas(“A filha de Cayetana”), a espanhola Megan Maxell(série “As Guerreiras Maxwell “), e o catalão Jaume Cabré, com “As vozes do rio Pamano”, um romance de grande fôlego, com a Guerra Civil de Espanha e as suas sequelas em pano de fundo, que obteve o Prémio da Crítica Literária Catalã em 2005.
Notória foi também a preferência pelos autores de best-sellersde romances românticos(Catherine Bybee, Nora Roberts, Lesley Pearse, Kristin Hannah, Jojo Moyes,Nina Georgee Nicholas Sparks),alguns com dimensão erótica (a trilogia “Este Homem”, de Jodi Ellen Malpas), outros com ambiência histórica, como é o caso de Madeline Hunter (trilogia “A Sociedade dos Duques Decadentes”e os romances da saga familiar de “O Quarteto Fairbourne”) e de Megan Maxell(série de romances históricos românticos “As Guerreiras Maxwell”).
Contrariando este gosto generalizado por um romantismo “à la carte”, estão as escritoras britânicas B. A. Paris e C. L. Taylor, autoras de best-sellers de thrillers psicológicos, como é o caso dos romances “Ao fechar a porta” e “O medo”, respetivamente, e o autor alemão Patrick Süskind, com o seu romance “O Perfume: História de um assassino”, um dos clássicos da literatura contemporânea que mistura mistério, terror e um certo realismo mágico na reconstituição excecional que faz da história e mentalidade francesas do século XVIII.
No que respeita ao romance policial, ao romance histórico e ao romance de ficção científica e fantástico, os livros que estiveram presentes no topo das leituras, em 2019, foram: os policiais “A Rapariga no gelo”, de Robert Bryndza; “O mundo invisível”, um “domestic noir”de Katherine Webb; “A outra mulher”, romance de espionagem do norte-americano Daniel Silva; e o “noir ”nórdico “O silêncio do mar”,de Yrsa Sigurdardóttir; os romances históricos “Um mundo sem fim” (continuação de “Os Pilares da Terra”), de Ken Follett; “A filha de Cayetana”de Carmen Posadas, que conta a vida da Duquesa de Alba, amiga e musa de Goya, e da sua filha Maria da Luz e os livros da série “A Saga da Águia”, de Simon Scarrow, centrados na vida das legiões do Império Romano durante a segunda invasão da Bretanha; no romance de ficção científica e fantástico, as preferências foram para a série de livros “As Crónicas de Gelo e Fogo”, de George R.R. Martin, e para os livros do “Ciclo Pendragon”, de Stephen R. Lawhead.
(Luísa Maciel – Biblioteca Municipal de Lagos)