Escolhi este título porque nos dias de hoje, de globalização e de rapidez de comunicação, em que um vírus chega do outro lado do mundo com velocidade galopante, somos confrontados com os desafios de termos de agir rapidamente, logo de forma mais isolada. Não parece haver tempo para nos organizarmos e levarmos companhia, de forma a irmos mais longe e de forma mais sólida. A companhia é heterogénea e atrasa-nos.
Mas se conseguirmos dar um pouco tempo após esta fase de urgência, poderemos mesmo ir muito longe.
Será que os pais fundadores da Europa acreditariam que 60 anos depois do início do projecto pudéssemos ser 27 à volta da mesa, pudéssemos ter um espaço completamente aberto às pessoas, bens, serviços e capitais, pudéssemos ter uma moeda única na maioria dos países e gerir conjuntamente as fronteiras, pudéssemos ser a zona mais próspera do mundo, com melhores apoios sociais e serviços de saúde mais abrangentes?
Ironicamente Churchill foi o primeiro a falar de uns Estados Unidos da Europa. Essa ideia foi abandonada e os populismos recentes questionam cada vez mais a integração europeia já adquirida. O valor principal da Europa, a solidariedade, tem sido posto à prova de uma forma constante nestes últimos anos. Até a solidariedade dentro dos próprios países tem sido questionada ocasionalmente.
Esta crise a nível económico vai obrigar a Europa a reinventar-se caso queira sobreviver, com mecanismos até hoje não utilizados.
Devido à urgência da situação económica, acredito que esta crise pode ser combatida através de uma reformulação do quadro financeiro plurianual em finalização e de uma abertura do orçamento da União a novos mecanismos e fundos constituídos pela Comissão Europeia, usados mantendo o princípio saudável de um pequeno nível de cofinanciamento dos beneficiários. Com cofinanciamento, quero dizer uma percentagem elevada de subvenções e uma muito pequena percentagem de empréstimos caso o Estado Membro não tenha os recursos próprios necessários, de forma a motivar responsabilidade e durabilidade. Não pode haver o risco ou a imagem de má gestão de dinheiro, porque totalmente dado.
Mas depois, com tempo e de forma a irmos longe, outras reformas parecem necessárias, certamente na fiscalidade da zona Euro ou no papel do Banco Central Europeu, que deve ter os mecanismos de qualquer banco central. Os sectores sociais, até agora geridos de forma mais nacional, devem ser também reavaliados numa óptica de necessidade de resposta europeia. E o mecanismo de protecção civil deve ser reforçado e consolidado.
A União Europeia, na minha opinião, é um exemplo vivo deste provérbio africano e espero que continue a sê-lo, para nosso bem.
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