Muitas autarquias têm proporcionado a abertura de imensos concursos públicos para candidatos particulares, no espaço dos respectivos municípios com contratos efectuados, aprovando os respectivos licenciamentos desses espaços e mesmo até do património ambiental.
O que se fizer no presente, ficará comprometido por vários anos para o futuro.
Pergunta-se: o que é que ainda nos restará como cidadãos, beneficiar do nosso bem público com tantos espaços a passarem por contratos, à exploração e domínio privado!?
Tudo vai seguindo tal caminho, inclusivamente, na exploração do espaço público nas ruas e ruelas das nossas cidades e vilas, através de algumas empresas privadas que exploram os estacionamentos para veículos!…
Deverá haver um equilíbrio entre o bem privado e o bem público com certeza.
O Algarve com o seu óptimo clima, terrenos agrícolas, excelentes paisagens, boas praias e mar tem sido um bom “aperitivo”, sobretudo para o interesse dos investidores estrangeiros.
Vejamos os milhares de hectares dos nossos melhores terrenos que os estrangeiros têm comprado, para a produção de determinados produtos agrícolas, compra de imóveis urbanos e rurais.
Quer dizer: têm vindo a “apoderar-se” daquilo que de melhor temos no nosso país.
Que se tenha em atenção ao que tem acontecido com tudo isto, nomeadamente, no Algarve e Alentejo.
A continuarmos com este mesmo ritmo, qualquer dia somos uma “dependência ou parte de outros países”.
É costume dizer-se que o dinheiro cega!
Contudo, se não se acautelar o interesse, verdadeiramente, do país, restará o prejuízo…
Os terrenos são regados com a nossa própria água de barragens e o produto colhido, parte para a exportação.
Pergunto: então o que nos vai restando como benefício!?
Qualquer dia ficaremos só com “palha, madeira e galhos de árvores”, das deitadas abaixo para em seu lugar, serem efectuadas as grandes produções intensivas.
A falta de água nas nossas torneiras vai sendo a pouco e pouco sentida, cuja subida de preço estará, intimamente, ligada com tal falta e que tenderá a aumentar…
Esperemos que os nossos políticos tenham uma boa visão e não deixem os interesses portugueses, entregues ao domínio e exploração do grande privado.
Até o negócio do mar já começou com a aquicultura para as mãos do grande capital.
Que grande país o nosso, a deixar por mãos alheias a exploração dos melhores recursos!
* Licenciado em História e Ciências Sociais;
Pós-graduado e técnico superior em SHST;
Outras;
Professor e cidadão pró-activo.