Celeste morreu sozinha, sentada numa sala de espera de um hospital, sem que ninguém lhe tivesse dado a mão… ou um cravo! A Mulher que distribuiu flores e esperança no 25 de Abril tornou-se o retrato de um país que esquece os seus, um país onde a liberdade conquistada ainda não chegou a todos.
Por isso, neste 25 de Novembro, quero recordar Celeste, a Mulher dos Cravos. Devemos lembrar o que nos uniu em 1974: o desejo de mudança e a construção de uma sociedade onde o diálogo e a cooperação prevalecessem. Em vez de alimentar divisões, devemos honrar a memória de quem deu tudo para que hoje possamos ter um país livre, plural e democrático.
Que cada um de nós seja a mão que naquela noite fria faltou a Celeste, o cravo que nunca se poderá perder e a voz que jamais se calará na defesa da liberdade, da justiça e da dignidade para todos
Celeste mostrou-nos que a Revolução se fez com gestos simples, mas repletos de significado. Não com populismos, aproveitamentos políticos ou demagogias que semeiam o medo e promovem o ódio. Décadas depois, há forças que ainda tentam apagar o cravo da nossa memória coletiva, negando os direitos pelos quais tantos lutaram.
Por isso, que o legado de Celeste e do 25 de Abril nos inspire a resistir e a continuar a lutar, hoje, amanhã e sempre. Porque, enquanto houver quem tente deixar o cravo esquecido numa sala qualquer, temos o dever de o relembrar e manter vivo. Não podemos permitir que o medo supere a esperança, nem que a divisão destrua os sonhos de um Portugal mais justo.
Que cada um de nós seja a mão que naquela noite fria faltou a Celeste, o cravo que nunca se poderá perder e a voz que jamais se calará na defesa da liberdade, da justiça e da dignidade para todos.
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